“Pintou um clima”: Campanha de Lula pede ao TSE reconsideração sobre vídeo com fala Bolsonaro

Os coordenadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entraram com pedido junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para reverter a decisão do presidente da corte, ministro Alexandre de Moraes, que barrou a utilização na propaganda eleitoral de trechos de uma entrevista em que Jair Bolsonaro (PL) disse “pintou um clima” em ocasião em que encontrou adolescentes venezuelanas de 14 e 15 anos. Bolsonaro, mais de uma vez, repetiu a fala e se referiu às jovens como prostitutas, no entanto elas fazem parte de um projeto social em São Sebastião, Brasília.

No domingo (16), Alexandre de Moraes ordenou a exclusão do vídeo que traz a fala de Bolsonaro das redes e propagandas do PT e proibiu a utilização sob o seguinte argumento:

“A divulgação de fato sabidamente inverídico, com grave descontextualização e aparente finalidade de vincular a figura do candidato ao cometimento de crime sexual, parece suficiente a configurar propaganda eleitoral negativa”.

Agora, a campanha de Lula quer reverter a decisão, pois entente que não há descontextualização na fala de Bolsonaro e que o pedido de censura feito pelo presidente tenta responsabilizar o PT pela repercussão do vídeo. No entanto, o relato de Bolsonaro teve grande repercussão na sociedade por conta das redes sociais.

De acordo com o pedido feito pela equipe jurídica do PT a: “[Campanha de Bolsonaro] tenta responsabilizar os representados pela grande repercussão nas redes sociais causada pela fala, justamente pela indignação das pessoas ao se depararem com a declaração de um senhor de 67 anos no sentido de que teria “pintado um clima” com “menininhas bonitinhas de 14 anos”.

O pedido ainda diz que “não há lacuna interpretativa na fala para promoção de qualquer descontextualização, porque na entrevista em questão, de fato, Jair Bolsonaro aborda a questão sensível dos refugiados venezuelanos, perfazendo sua fala sobre o assunto. Entretanto, o que choca é a história contada por ele para exemplificar a sua crítica acerca dos refugiados venezuelanos, relato esse que é objetivo, chapado, sem espaço para entendimento diverso”.