22,8 milhões: Sudestinos garantem maior número de votos a Lula

Lula precisava herdar pelo menos 19% dos votos indecisos no 2o. turno, mas acabou recebendo 30%. Região acabou sendo importante para a vitória

Estados do Sudeste fizeram a diferença na eleição de Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Se o Nordeste deu a maior vantagem percentual (69% a 31%) ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi no Sudeste que Lula teve o maior número absoluto de votos. Foram 22,79 milhões de votos neste segundo turno na região, uma diferença de 260 mil votos para o Nordeste. 

O presidente eleito recebeu 7,7 milhões de votos a mais no Sudeste no segundo turno das eleições 2022 do que Fernando Haddad quando foi candidato à Presidência da República, em 2018. Em números absolutos, o desempenho este ano do petista foi melhor em todas as regiões.

O avanço é ainda maior no Sudeste quando se analisa o percentual nas duas eleições na região. Lula teve 13 pontos percentuais a mais que Haddad no estado de São Paulo (44,76% a 32,03%), 11 pontos no Rio de Janeiro (43,47% a 32,05%), 8 pontos em Minas Gerais (50,19% a 41,81%) e 6 pontos no Espírito Santo (40,51% a 34,78%).

Já Bolsonaro perdeu votos no Sudeste e no Sul quando comparado à sua votação no segundo turno de 2018.

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Minas Gerais e espólios

Em termos percentuais, Lula ficou com 46% dos votos válidos na região de maior eleitorado do país, ficando à frente em Minas Gerais, com 50,20% dos votos válidos no segundo turno, contra 49,80% do presidente Jair Bolsonaro (PL). Os números se aproximam da votação nacional, em que o petista venceu a disputa por 50,90% a 49,10%. Com isso, Minas – que é o segundo maior colégio eleitoral – repete o espelhamento do resultado nacional, ocorrido em todas as outras eleições.

Lula precisava de no mínimo 19% do espóliode votos em disputa no segundo turno, e acabou obtendo 30% para assegurar a eleição com 50,9% dos votos válidos, depois de ter registrado 48,43% na primeira etapa.

Em termos quantitativos, eram9,88 milhões de votosque haviam sido dados a outros candidatos no primeiro turno, mas que aumentaram para 10,22 milhões no segundo turno, porque a abstenção foi menor.

Desse total, o Lula abocanhou 3,08 milhões, para 60,34 milhões de votos, enquanto Bolsonaro aumentou sua base em 7,13 milhões, para 58,2 milhões de votos.

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Da variação de 3,08 milhões de votos extras que Lula teve entre o primeiro e o segundo turno, 1,75 milhão vieram do Sudeste e 782 mil do Nordeste e 301 mil no Sul.

Rio de Janeiro

Lula conseguiu sustentar uma dianteira de cerca de 2 milhões de votos no cômputo geral, especialmente graças a avanços no Rio, Ceará e na Bahia.

Aliás, o Rio não trouxe um avanço para o atual presidente no mesmo ritmo que os estados vizinhos. Enquanto Bolsonaro obteve quase 600 mil votos a mais em seu berço político, na comparação com o primeiro turno, Lula registrou entre os eleitores fluminenses um de seus maiores avanços, com cerca de 310 mil votos a mais – um crescimento de 8%. No segundo turno, o petista ampliou sua aliança política no estado, atraindo apoios dos prefeitos da capital, Eduardo Paes (PSD), e de Belford Roxo, Waguinho (União).

Pensando em percentuais, Lula conseguiu 25% dos votos em disputa no Centro-Oeste, 40% no Nordeste, 8% no Norte, 33% no Sudeste e 18% no Sul.

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O pior desempenho proporcional do presidente eleito foi no Sul, onde teve 38% dos votos válidos. No Norte foram 49% e, no Centro-Oeste, 40%.

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