Uso de máscaras é complemento importante ao reforço vacinal contra covid

Governos voltam a obrigar o uso em transportes públicos.

Foto Agência Brasil

A polemização exacerbada das barreiras físicas contra a covid-19 – isolamento, distanciamento, máscaras -, assim como a falta de informação oficial sobre o assunto, levou a um enorme desgaste da população com medidas eficazes, que deveriam se incorporar ao hábito cotidiano do brasileiro. Do mesmo modo como as pessoas usam cinto de segurança, sem se preocupar com fiscais, entendendo a segurança que garante a sua vida.

Os epidemiologistas são unânimes em defender a necessidade da máscara ser usada em ambientes de aglomeração, mesmo em períodos de baixa de contágios e mesmo que não haja fiscalização ou exigência. Pessoas com sintomas ou suspeita de doença respiratória sempre deveriam usar a máscara para evitar passar qualquer vírus para outros.

Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiram pela volta da obrigatoriedade do uso de máscaras em aeroportos, aeronaves e navios, a partir desta sexta (25). Prefeituras e governos estaduais também começam a exigir obrigatoriedade do uso da máscara em transportes públicos. São Paulo começa a exigir a partir deste sábado (26). 

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Quando os governos flexibilizaram esta medida, três meses atrás, epidemiologistas protestaram contra o relaxamento. Dizem, agora, que diante da escalada perceptível de doentes, há duas semanas, a obrigatoriedade até tardou pra acontecer. O transporte coletivo em horário de pico é um ambiente de alta exposição dos usuários a vírus e doenças.

Os médicos sanitaristas do governo também aprovaram o uso emergencial de duas versões bivalentes da vacina contra a covid-19, desenvolvidas pela empresa Pfizer. Os imunizantes receberam autorização para uso como dose de reforço na população acima de 12 anos, após terem sido considerados fórmulas protetivas mais eficazes que as usadas atualmente para uma nova variante mais contagiosa. Acredita-se que novas etapas de reforço vacinal voltem a ocorrer para idades específicas.

Sazonalidade do vírus

A desinformação dificulta que as pessoas entendam a dinâmica epidemiológica. Daqui pra frente, vamos conviver com este vírus e suas variantes, que vão sofrer mutações com o objetivo de atravessar a proteção das vacinas. Estes quase três anos de pandemia, já demonstraram que haverá uma sazonalidade de contágios a cada 90 ou 120 dias.

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Agora, mesmo, estamos vivendo um novo aumento nas médias móveis de contágios e mortes por covid, em todo o país. A média móvel de casos de covid-19 nesta quinta-feira (24), foi a 19.702, 133% maior ante o índice de duas semanas atrás. A média móvel diária de vidas perdidas foi de 73, alta de 59% em relação à de duas semanas. A ocupação de UTIs covid dobrou no estado de São Paulo. Este cenário de avanço de contágios e mortes vem ocorrendo, há dias, de forma consistente.

Segundo instituições como a Fiocruz, isto é resultado de um retorno, a todo vapor, de aglomerações, sem qualquer preocupação com a máscara, acompanhada de um abandono das campanhas de imunização contra covid. Cada vez menos pessoas se preocupam em atualizar seu reforço vacinal.

No país como um todo, 80,08% do público já tomou pelo menos duas doses ou a dose única. Isso significa que 20%, cerca de 30 milhões de brasileiros vacináveis, pode não ter tomado nem a primeira dose da vacina. 

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Pessoas com comorbidades, – como hipertensão, diabetes, HIV positivas, câncer ou até mulheres grávidas, vão correr mais risco de internação e até possibilidade de agravamento com óbito. Para estas, além de estar em dia com a vacinação disponível, vai ser necessário usar a máscara com mais frequência, principalmente em locais fechados com concentração de gente respirando e falando ao mesmo tempo. Nunca é demais limpar as mãos com álcool gel ou lavá-las com sabão, sempre que tocar em objetos públicos, como corrimãos de escadas.

A barreira da máscara

É preciso entender o conceito do uso da máscara. Muitas pessoas não compreendem o sentido da barreira de proteção. É possível ver pessoas tirando a máscara para espirrar, quando deveriam fazer o contrário. Tocar a máscara com os dedos ou carregá-las  segurando nas mãos também demonstra que as pessoas não entendem que estão carregando um recipiente de vírus potencialmente fatais. 

A máscara precisa de local adequado pra armazenamento na bolsa, como um plástico, sem contato com outros objetos. Só pode ser tocada nos fios  para não contaminar as mãos. Diante de qualquer desconfiança de ter tocado no corpo da máscara, desinfete as mãos imediatamente. O álcool gel era uma proteção que já fazia parte do hábito cotidiano de algumas pessoas, e deve continuar sendo carregado na bolsa.

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Não pode ser a mesma durante horas a fio. E pode ser reutilizada se estiver limpa com uma solução de água com água sanitária diluída. Também pode ser lavada com água e sabão, e posta pra secar, desde que não seja danificada. Em pouco tempo de uso, qualquer máscara começa a perder a eficácia de proteção pelo desgaste do material.