Polícia Federal avisou sobre atos golpistas um dia antes

O ministro da Justiça Flávio Dino, assim que recebeu as informações, enviou ofício ao governador Ibaneis Rocha, indica jornal.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No sábado, dia 7 de janeiro, a Polícia Federal (PF) já tinha informações sobre os planos de invasão ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) e alertou o ministro da Justiça Flávio Dino que, em seguida, enviou ofício ao governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha, relatando sobre os riscos que poderiam ocorrer. As informações foram trazidas pelo jornal O Globo com base nas informações recebidas pelo ministro.

O documento enviado a Dino foi assinado pelo diretor-geral da PF, Andrei Passos. Nele é feito o relato de indivíduos dispostos a “tomar o poder”,  sobre a possibilidade de “ações hostis e danos contra os prédios”, assim como sobre a chegada de dezenas de ônibus de ao menos 4 estados e do próprio Distrito Federal. O monitoramento da PF acompanhou mensagens trocadas em redes sociais dos apoiadores de Bolsonaro para antecipar os fatos. No conteúdo trocado estavam mensagens como: “impedir a instalação do comunismo no Brasil”.

Como informa o jornal, ao receber as informações do diretor-geral da PF, o ministro da Justiça encaminhou um ofício ao governador Ibaneis Rocha. Ou seja, as informações sobre os riscos detectados pela PF foram devidamente informadas para Ibaneis na noite do dia 7 – tempo suficiente para organizar a segurança das sedes dos Três Poderes.

No entanto, como foi acompanhado por todos, não só as equipes de segurança do DF estavam despreparadas como também se investiga a possibilidade de colaboração de policiais e do Exército para que a invasão aos prédios fosse concretizada.

Agora a atribuição de responsabilidades sobre o ocorrido acontece pela justiça. O ministro do STF Alexandre de Moraes abriu inquérito contra o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e seu ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres. 

Torres está preso e ficou calado no depoimento que prestaria nesta quarta-feira (18) à Polícia Federal (PF).

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