Foro de São Paulo quer campanha mundial pela paz e fim de bases militares

Os partidos e movimentos sociais que participam do evento querem os territórios da América Latina e Caribe livre de conflitos

Ricardo Alemão defende a campanha mundial da paz (Foto: Divulgação)

A luta pela paz ganhou centralidade nesta sexta-feira (30) nos debates do 26º encontro do Foro de São Paulo que acontece até domingo (2), em Brasília.

Os partidos e movimentos sociais que participam do evento querem os territórios da América Latina e Caribe livre de conflitos, mas têm consciência de que isso só é possível com a conquista da soberania e desenvolvimento econômico e social.

“A paz e a luta contra o fascismo e pelos direitos dos povos”, foi o tema dos debates no grupo coordenado pela secretária de Relações Internacionais do PCdoB, Ana Prestes.

Entre as propostas que sairiam do grupo, destacam-se a campanha mundial pela paz; defesa da região sem guerra e conflitos; fim das bases militares dos Estados Unidos na região; participação do Foro na mesa de negociação sobre o conflito na Colômbia; fim do bloqueio a Cuba; nova governabilidade global e solidariedade ao povo peruano.

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“Todas as sugestões e propostas apresentadas durante o encontro serão encaminhadas para o grupo de trabalho do Foro de São Paulo para ser transformarem em campanhas e resoluções de lutas em comum como a libertação de Assange, solidariedade com o Haiti e o acompanhamento da paz na Colômbia. A paz como instrumento de solidariedade internacional e integração regional se sobressaiu nos debates”, completou Ana Prestes.

Na questão da soberania, por exemplo, há o problema das bases militares dos Estados Unidos na região, que se instalaram em países como Colômbia e Peru sob o pretexto de combater o narcotráfico e promover ajuda humanitária.

O professor Pietro Alarcón, membro do Partido Comunista da Colômbia, propôs no evento uma conferência internacional para debater o narcotráfico, interferência imperialista e criminalização da população.

“Não há paz sem solidariedade internacional. Não há paz se não eliminarmos as causas objetivas da violência. Temos elementos de conflito social e precisamos resolver os problemas com reformas políticas, econômica e social”, defendeu Alarcón.

A secretária nacional de Cultura do Partido Nacional Perú Libre, Bertha Rojas López, denunciou que seu país está sofrendo um sequestro judicial, abuso de poder e violência política. Para viver em paz, precisamos lutar contra o poder judicial. Esperamos que toda a América Latina se levante contra esse instrumento da extrema direita”, denunciou.

Campanha mundial

O diretor de Relações Internacionais da Fundação Maurício Grabois, Ricardo Alemão, defendeu a realização de uma campanha internacional a favor da paz no planeta.

Ele levantou o questionamento sobre a possibilidade de uma nova ordem multipolar, tendo um país socialista como a China no bloco, para superar a grande potência dos Estados Unidos.

Para ilustrar o caso, ele citou o escritor Ariano Suassuna que dizia que as pessoas deviam ser esperançosas e realistas.

“É possível sim que o imperialismo desencadeei uma guerra similar a primeira e a segunda. É preciso refletir como impedir isso com a luta e consciência do povo”, argumentou, referindo-se a necessidade da campanha da paz.

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