Mais de 43 milhões de brasileiros saem da linha da pobreza em junho

Dados mostram que número equivale a 18,52 milhões de famílias. Principal fator de ascensão foi o novo Bolsa Família, que até junho atendeu a mais de 54 milhões de pessoas

Foto: Roberta Aline/ MDS

No mês de junho, 43,5 milhões de brasileiros deixaram a linha da pobreza, o que equivale a 18,52 milhões de famílias. O principal vetor para essa mudança foi o Bolsa Família, que está garantindo a este público uma renda de pelo menos R$ 218 por pessoa. As informações são do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDAS).

“O objetivo é tirar novamente o Brasil do mapa da fome e da insegurança alimentar, mas também reduzir a pobreza. Somente agora, no novo Bolsa Família, nós já comemoramos 18,5 milhões de famílias, 43,5 milhões de pessoas que elevaram a renda este ano e que estão fora da pobreza”, disse o ministro Wellington Dias. 

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Nos últimos anos, a fome e a miséria voltaram a assolar parte considerável da população, um reflexo da pandemia, da crise socioeconômica e do descaso do governo de Jair Bolsonaro com as políticas públicas e de transferência de renda. 

O Brasil havia deixado o Mapa da Fome da ONU (Organização das Nações Unidas) em 2014, após anos de investimentos dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em políticas sociais e no desenvolvimento e  geração de emprego e renda. Pouco a pouco, o cenário foi mudando até que se agravou a partir de 2020. 

Segundo relatório divulgado pela ONU nesta quarta-feira (12), os três últimos anos foram marcados por sensível piora nos indicadores relativos à fome e à insegurança alimentar no Brasil. O documento aponta que 70,3 milhões de pessoas estão em estado de insegurança alimentar moderada —quando se enfrenta dificuldade para se alimentar. O levantamento também destaca que 21,1 milhões de pessoas no país estão em insegurança alimentar grave, caracterizado por estado de fome.

“O país sofreu muito nos últimos três anos pela falta de cuidado e atenção com os mais pobres. Se tornou comum ver pessoas passando fome, na fila por ossos e catando comida no lixo para se alimentar. Isso foi a quebra e interrupção de um trabalho iniciado pelo presidente Lula em seus primeiros governos e que trouxe grandes avanços nesta área. Esse relatório da FAO comprova que os últimos anos representaram um período de degradação da população mais pobre do nosso país”, destacou o ministro.

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Para o presidente Lula, “a fome é o resultado perverso de decisões políticas irresponsáveis e criminosas”. A declaração foi dada em abril, durante reunião da Cúpula de Segurança Alimentar e Nutricional, que reuniu chefes de Estado de países latino-americanos. Mas, muito antes de chegar à presidência da República pela terceira vez, Lula já vinha apontando que uma de suas prioridades seria o combate à fome e às desigualdades. 

Sob seu governo, o Bolsa Família passou a ter, entre outras melhorias, o valor de R$ 142 per capitapago a cada membroda família, sendo garantido que cada família recebe, no mínimo, R$ 600. Além disso, foram estabelecidos os benefícios Primeira Infância — para famílias com crianças de 0 a 6 anos no valor de R$ 150 para cada uma — e o Variável Familiar, que assegura R$ 50 para gestantes, crianças e adolescentes (7 a 18 anos). Ao todo, até junho, 21,2 milhões de pessoas estavam sendo atendidas. 

Outra medida importante viabilizada no começo do ano é a destinação, até o final de 2023, de mais de R$ 3,5 bilhões aos estados e municípios, voltados para o Programa Emergencial de Atendimento do Cadastro Único no Sistema Único de Assistência Social (Procad-SUAS), cujo objetivo é manter o funcionamento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), aprimorar o atendimento dos beneficiários dos programas sociais, atualizar o Cadastro Único e realizar busca ativa das famílias.