Conselho de Segurança da ONU discute Inteligência Artificial

Mais: “Gafes” internacionais de Lula, segundo O Globo / Seguidor de Netanyahu – “Queria que outros seis milhões fossem queimados” / 44 anos da revolução sandinista.

Foto: REUTERS-Brendan McDermid

A agência Reuters informa que o Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou sua primeira reunião sobre inteligência artificial nesta terça-feira (18), com a China dizendo que a tecnologia não deve se tornar um “cavalo descontrolado” e com o Secretário Geral da ONU propondo a criação de um novo órgão para auxiliar a “governar esta tecnologia extraordinária”. O secretário de Relações Exteriores britânico, James Cleverly, que presidiu a reunião, declarou que a IA “alterará fundamentalmente todos os aspectos da vida humana“. “Precisamos urgentemente moldar a governança global de tecnologias transformadoras porque a IA não conhece fronteiras”, acrescentou ele, após afirmar que a IA poderia ajudar a enfrentar as mudanças climáticas e impulsionar as economias. Mas Cleverly também alertou que a tecnologia alimenta a desinformação e pode ajudar atores estatais e não estatais a produzir armas. O Conselho de 15 membros ouviu informes do secretário-geral da ONU, António Guterres, de Jack Clark, cofundador da Anthropic, uma empresa líder em inteligência artificial, e do professor Zeng Yi, codiretor do Centro de Pesquisa em Ética e Governança Reino Unido-China de Inteligência Artificial. “Aplicações militares e não militares de IA podem ter consequências muito sérias para a paz e a segurança mundiais”, disse Guterres. Guterres apoia os apelos de alguns estados para a criação de um novo órgão da ONU “visando sustentar os esforços coletivos para governar esta tecnologia extraordinária”, tendo como modelos a Agência Internacional de Energia Atômica, a Organização Internacional de Aviação Civil ou o Comitê Intergovernamental do Grupo sobre Mudanças Climáticas. O embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, descreveu a IA como uma “faca de dois gumes”, dizendo que Pequim apoia um papel de coordenação central para a ONU no estabelecimento de princípios orientadores para a IA. “Se é bom ou ruim, depende de como a humanidade a usa, regula e como equilibramos o desenvolvimento científico com a segurança”, disse Zhang, acrescentando que deve haver um foco nas pessoas para regular o desenvolvimento da IA e evitar que esta tecnologia se torne um “cavalo descontrolado”. O vice-embaixador dos EUA na ONU, Jeffrey DeLaurentis, afirmou que é necessário que os países trabalhem juntos em IA e outras tecnologias emergentes para enfrentar os riscos aos direitos humanos que ameaçam minar a paz e a segurança. Talvez esquecendo que os EUA é o país que mais investe em armas e tem o maior aparelho estatal de repressão e espionagem do mundo, o embaixador estadunidense alertou que “nenhum Estado-membro deve usar IA para censurar, coagir, reprimir ou desautorizar as pessoas”, disse ele ao Conselho. A Rússia questionou se o Conselho, encarregado de manter a paz e a segurança internacionais, deveria discutir a IA. “O que é necessário é um debate profissional, científico e baseado na experiência, o que pode levar vários anos, e esse debate já está em andamento em plataformas especializadas”, disse o vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitri Polyanskiy.

As “gafes” internacionais de Lula, segundo O Globo

“Lula viaja 20% do tempo, reinsere Brasil no exterior e acumula gafes”, esta é a chamada principal da editoria Mundo na edição desta quinta-feira (20) do jornal O Globo. Lendo e relendo a matéria à procura das gafes, existe apenas a menção a uma frase realmente mal colocada de Lula em Cabo Verde, na África. Em reunião com o presidente cabo-verdiano, José Carlos Neves, o presidente brasileiro fala da importância de se retomar e fortalecer os laços com o continente africano, abandonados na gestão anterior, menciona a importância fundamental da cultura africana para a formação do povo brasileiro – “nós somos formados pelo povo africano”, disse Lula – e dá uma escorregada: “e nós temos profunda gratidão ao continente africano por tudo que foi produzido em 350 anos de escravidão no nosso país”. De fato, uma frase infeliz que O Globo alega ter causado “saia justa”, o que dificilmente ocorreu, pois os africanos conhecem bem o presidente Lula e todo o contexto do raciocínio durante o discurso mostra que não aconteceu nada mais do que um tropeço retórico. As outras supostas gafes são tão somente discordâncias da linha editorial do jornal com a política externa brasileira. O critério é simples, se você discorda de O Globo, você comete uma gafe. Assim, se O Globo e seus colunistas chamam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de ditador e Lula se recusa a endossar essa evidente mentira, isso, para o jornal carioca, é uma gafe. Para O Globo igualmente é uma gafe Lula não se portar como um papagaio e repetir exatamente os mesmos argumentos da Otan e dos EUA sobre o conflito na Ucrânia, como faz o presidente chileno, Gabriel Boric, que, segundo o jornal, seria o representante do “progressismo mais jovem e afinado com os novos tempos”. Aliás, O Globo publicou nesta mesma edição a entrevista com uma especialista chilena escolhida a dedo para provar que Lula é arcaico e Boric moderno em termos de política externa.

Seguidor de Netanyahu ataca protestos em Israel: “Queria que outros seis milhões fossem queimados”

Itzik Zarka beijando Benjamin Netanyahu no Knesset (parlamento israelense) / Foto: página de Zarka no Facebook

Quando se diz que o sionismo é uma ideologia de extrema-direita com raízes fascistas isso não é apenas força de expressão. Por atos e palavras seus adeptos confirmam este diagnóstico. Em meio ao protesto incessante de milhares de israelenses, que continuam a se manifestar diariamente para denunciar o projeto de reforma judicial do governo de Benjamin Netanyahu, considerando-o uma ameaça à democracia, o sionismo mostra, mais uma vez, sua verdadeira face. Um conhecido ativista do partido Likud, Itzik Zarka, disse aos manifestantes contra o governo de extrema-direita no sábado que “gostaria que outros seis milhões fossem queimados”. “Ashkenazi*, prostitutas, que queimem no inferno”, gritou Zarka no sábado à noite para os manifestantes no cruzamento de Ein HaNatziv, perto de Beit She’an, no norte de Israel “Tenho orgulho dos seis milhões que foram queimados e gostaria que outros seis milhões fossem queimados”, disse Zarka, referindo-se ao Holocausto. “Os esquerdistas são traidores, vocês são o câncer do país”, disse ele, segundo vídeos publicados nas redes sociais. Zarka tem uma longa história de declarações violentas contra aqueles que se opõem a Netanyahu ou às políticas de seu governo, enquanto mantém laços estreitos com políticos importantes do Likud, incluindo o primeiro-ministro e sua família. No início deste ano, Zarka começou a bloquear as entradas dos kibutzim no norte de Israel. O grupo liderado pelo sionista parava o carro dos motoristas e perguntava se eles apoiavam ou se opunham à reforma. Quem se manifestasse contrário era xingado, ou era atingido por cuspes e pedras. Além disso, na noite de sábado na cidade central de Bat Yam, manifestantes foram atacados por dois indivíduos armados. Porém, a tentativa de intimidação não funcionou. Sob um calor avassalador, milhares de pessoas protestaram na terça-feira gritando “Democracia, democracia!” e agitando bandeiras israelenses, particularmente em Haifa (norte), Tel Aviv, Jerusalém, Petah Tikva e Rehovot (centro), de acordo com a mídia local e jornalistas da AFP, confirme citação da Prensa Latina. “Vivemos dias trágicos diante de um governo que tem pressa em destruir a democracia. Só nós, cidadãos, podemos parar o trem da ditadura”, declararam em comunicado os organizadores da mobilização. Com informações de Prensa Latina e do site do Partido Comunista de Israel.

* Palavra do hebraico antigo referente aos judeus de origem alemã ou do Leste Europeu, n. do e.

44 anos da revolução sandinista

A Nicarágua comemorou, nesta quarta-feira (19) o 44º aniversário do triunfo da Revolução Sandinista com importantes conquistas sociais e o compromisso de continuar a luta em defesa da paz, da soberania e da dignidade nacional, informa a agência Prensa Latina, acrescentando que “desde o Governo presidido pelo Presidente Daniel Ortega e pela Vice-Presidente Rosario Murillo, promove-se o desenvolvimento econômico e social do país com forte interesse na erradicação da pobreza”. Nesse sentido, o Executivo sandinista implementa diversos programas sociais que consolidam a segurança, o bem-estar, as oportunidades e os direitos de milhares de cidadãos desta nação centro-americana. Para ratificar tais conquistas, na noite desta terça-feira centenas de nicaraguenses se reuniram na “Plaza la Fe” em Manágua em vigília na véspera de um novo aniversário da Revolução. Nos bairros e comunidades, foram ouvidas canções patrióticas alegóricas à data nacional, enquanto de diferentes pontos da capital a noite foi iluminada com os tradicionais fogos de artifício.

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