Mineração, grilagem e desmatamento ameaçam sul da Chapada Diamantina

De acordo com o site de jornalismo ambiental ((Eco)), pesquisas minerais em andamento próximo a rios e nascentes acenderam o alerta de moradores

Trecho do rio Paraguaçu, cerca de 10 km do centro da cidade de Mucugê, onde foi garimpado grande volume de diamantes (Foto: Acervo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia -UESB)

O governo da Bahia analisa a proposta de criação de uma unidade de conservação na margem sul da Chapada Diamantina, um território desprotegido e vulnerável à mineração, especulação imobiliária, desmatamento e caça. O norte é uma unidade de conservação integral.

De acordo com o site de jornalismo ambiental ((Eco)), pesquisas minerais em andamento próximo a rios e nascentes acenderam o alerta de moradores, preocupados com o abastecimento de água da região

“Para garantir a proteção da serra, foi criado o movimento Salve a Serra da Chapadinha e, com ele, foi dada largada em uma corrida contra o tempo para criar uma unidade de conservação que a proteja”, diz o veículo.

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Dados da Agência Nacional de Mineração revelam que são mais de 14 mil hectares de áreas com autorização de pesquisa mineral na região da Serra da Chapadinha.

A maior preocupação dos moradores está no pé da serra, onde há uma pesquisa para extração de minério de ferro nas margens do rio Timbozinho, afluente do Una. A área, de 999 hectares, está em nome da Mineração Novo Rumo Ltda.

Em nota, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-BA) informou que há uma conversa com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) sobre a proposta e “nesse sentido uma preparação para possível criação que culminaria na assinatura e publicação de um decreto.”

“Não é um processo rápido porque depende de estudos, identificação dos alvos de conservação e da melhor forma de proteção, consultas e audiências públicas para conhecimento de toda a população”, explicou a Sema.

De acordo com a secretaria, o processo depende ainda de apoio técnico e financeiro – que pode vir de universidades, órgãos públicos, instituições de pesquisa e organizações da sociedade civil – para realizar os estudos. “Estima-se que o processo pode durar até 3 anos”, afirma a Sema, que também admite a importância hídrica da Serra da Chapadinha e sua beleza cênica.

Área

A área protegida contemplaria um território de cerca de 18 mil hectares distribuídos em três municípios, sendo a maior parte em Itaetê e duas porções menores em Mucugê e Ibicoara.

Um dos municípios abarcados pela unidade de conservação proposta, a prefeitura de Ibicoara enviou uma moção de apoio à proteção da Serra em que reforça o alerta sobre a crescente pressão imobiliária e extrativista na serra, e cobra ação do poder público estadual para criação da área protegida.

Fonte: ((Eco))

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