Brasil tem importante papel no combate às mudanças climáticas

Redução do desmatamento e busca por energia sustentável são recomendações cruciais para combater os impactos climáticos, afirmam especialistas.

Floresta Amazônica vista de cima | Foto: Divulgação/ TV Brasil

Após um recente alerta emitido pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as mudanças climáticas globais, especialistas instaram o Brasil a tomar medidas para reduzir o desmatamento na floresta amazônica e buscar métodos mais sustentáveis ​​de geração de energia. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que as alterações climáticas estão a sair do controle, levando a uma situação potencialmente catastrófica. Temperaturas recordes e junho sendo o mês mais quente já registrado enfatizaram ainda mais a urgência de abordar essas questões.

A Amazônia é responsável por cerca de 20% das emissões mundiais de gases do efeito estufa, e a queima de combustíveis fósseis da indústria de energia e do petróleo contribui com aproximadamente 80% das emissões. Para garantir um clima favorável às atividades humanas, como a produção de alimentos e o fornecimento de água, é crucial reduzir essas emissões a zero o mais rápido possível.

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O cientista climático e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Paulo Artaxo, disse que essas emissões são em grande parte impulsionadas por modelos econômicos de curto prazo predominantes, focados em maximizar os lucros da indústria sem considerar os impactos sociais, ambientais e climáticos. Ele enfatizou a necessidade de se afastar dessa visão de curto prazo e do uso insustentável dos recursos naturais, que estão levando a uma catástrofe climática.

O papel do Brasil

Sobre o papel do Brasil, Artaxo destacou a importância da redução do desmatamento na Amazônia para mitigar os impactos climáticos não só no país, mas globalmente. Além disso, a preservação da Amazônia é fundamental para a economia brasileira, pois a floresta desempenha um papel importante na evapotranspiração da água que alimenta o agronegócio do Brasil central. Destruir a Amazônia teria efeitos negativos na economia do país.

Além disso, o Brasil possui um grande potencial para aproveitar energias renováveis, como a eólica e a solar, o que pode contribuir para uma geração de energia mais sustentável. A capitalização desses recursos poderia contribuir para mitigar as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promover o crescimento econômico.

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Nesta quinta-feira (6) a área sob alerta de desmatamento na Amazônia apresentou uma queda de 33% no primeiro semestre de 2023, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, após cinco anos consecutivos de alta. Esta redução é vista como um sinal positivo de melhoria da governança ambiental. No entanto, é essencial manter essa tendência, especialmente durante os meses de seca na Amazônia, quando os incêndios florestais representam uma grave ameaça.

Especialistas elogiam o atual governo pelo foco renovado na aplicação da lei ambiental após um período de supervisão enfraquecida sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL). O desmantelamento das agências ambientais levou a um aumento do desmatamento, com 2022 registrando os níveis mais altos em 15 anos.     

“Podemos dizer que existe um início, pelo menos, de tendência [de redução do desmatamento] e a gente espera que continue assim, principalmente nesses meses que são de seca na Amazônia. Então, é muito importante o governo ter essa atenção redobrada”, disse o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini.

Diante dos alertas da ONU e da necessidade urgente de combater as mudanças climáticas, é essencial que o Brasil adote ações concretas para reduzir o desmatamento da Amazônia, preservar seu ecossistema e buscar fontes de energia mais limpas. Essas medidas não apenas ajudarão a mitigar os efeitos das mudanças climáticas no país, mas também contribuirão para o bem-estar global.

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com informações da Agência Brasil
Edição: Bárbara Luz

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