CNAB homenageia professor Eduardo de Oliveira, lutador pelo fim racismo

Fundador do Congresso Nacional Afro-Brasileiro faria 97 anos no último de 6 de agosto. Em nota, o Congresso Nacional Afro-Brasileiro diz que ele travou o bom combate pela superação do racismo e pelo desenvolvimento nacional

Em nota, o Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) prestou sua homenagem ao professor Eduardo de Oliveira, combatente por um Brasil livre e desenvolvido e lutador pelo fim do racismo no país.

Eduardo de Oliveira faleceu no dia 12 de julho de 2012, aos 86 anos de idade, após construir uma bela história em defesa da igualdade racial e de um país soberano e desenvolvido.  

Ele é o autor do Hino à Negritude, uma obra que exalta a luta e os feitos dos negros na construção do Brasil.

Aos 16 anos de idade compôs o Hino à Negritude, que, em 28 de maio de 2014, teve sua execução em solenidades oficializada em todo território nacional, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara Federal, sancionada por Dilma Roussef.

Em 1995, ele fundou o CNAB, com a participação de inúmeras personalidades políticas, sociais e artísticas.  

“Entre 1953 e 1959 foi o primeiro vereador negro da cidade de São Paulo. Sua consciência política sobre a necessidade de uma revolução social o levou a se juntar ao MR8, nos anos 90, e ser um dos signatários do manifesto de fundação Partido Pátria Livre – PPL, em 2009, integrando seu Diretório Nacional”, diz a nota do CNAB. Hoje, os quadros do PPL estão integrados ao PCdoB.

“O professor Eduardo de Oliveira travou o bom combate até os 86 anos de idade e nos deixou um legado a ser conduzido até a superação racismo, da discriminação social, da miséria e a construção de um projeto nacional de desenvolvimento e a conquista do socialismo”, conclui a nota da entidade.

Leia a nota do CNAB na íntegra:

PROFESSOR EDUARDO DE OLIVEIRA 97 ANOS, UM HERÓI BRASILEIRO

No dia do nascimento do Professor Eduardo de Oliveira, o Congresso Nacional Afro-Brasileiro, vem a público manifestar seu profundo compromisso com as bandeiras levantadas pelo seu fundador, na luta por um Brasil mais justo, soberano, desenvolvido e livre do racismo.

Eduardo de Oliveira nasceu em 6 de agosto de 1926, na cidade de São Paulo. Órfão desde o nascimento, sem conhecer pai, mãe ou ascendentes familiares enfrentou desde a mais tenra idade o preconceito, o racismo, o ódio, a mesquinharia com firmeza e serenidade se transformando num dos heróis do nosso povo e da nacionalidade.

Aos 16 anos de idade compôs o Hino à Negritude, que, em 28 de maio de 2014, tem sua execução em solenidades oficializada em todo território nacional, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara Federal, sancionada por Dilma Roussef.

Sobre o Hino analisou o cantor, compositor e escritor Nei Lopes: “Um hino atemporal em sua beleza. Como atemporal é a negritude e como intrinsicamente deve ser um hino. Composto na regra da arte na mais rigorosa expressão da palavra. Melodia envolvente e versos mobilizadores”.

Entre 1953 e 1959 foi o primeiro vereador negro da cidade de São Paulo. Sua consciência política sobre a necessidade de uma revolução social o levou a se juntar ao MR8, nos anos 90, e ser um dos signatários do manifesto de fundação Partido Pátria Livre – PPL, em 2009, integrando seu Diretório Nacional.

Em 1964 recebe carta de Martin Luther King, com quem estivera numa série de conferências nos EUA, falando sobre a importância da luta comum pela “humanização da Humanidade’. Em 1978, junto com Abdias do Nascimento, Clóvis Moura, Lélia Gonzales, Milton Barbosa, encabeça passeata contra a perseguição racial aos jogadores negros do Clube Tietê, que resultou na fundação do Movimento Negro Unificado (MNU).

O poeta Eduardo de Oliveira publicou 12 livros, dentre os quais Além do Pó (1958), Gestas Líricas da Negritude (1967), Banzo (1965), em homenagem a Patrice Lumumba, Ancoradouro (1960), Evangelho da Solidão (1969), Túnica de Ébano (1980), A Cólera dos Generosos (1980) e a enciclopédia Quem é Quem na Negritude Brasileira (l Volume), lançada no Memorial da América Latina, em 1999.

A profundidade da poesia de Eduardo de Oliveira levou a que Tristão de Athayde, na década de 60, o destacasse como um dos três fundadores mundiais da negritude em literatura, ao lado de Aimée Cesaire(francês, nascido na Martinica) e Senghor (Senegal).

Em 1995 funda o Congresso Nacional Afro-Brasileiro, em São Paulo, em homenagem ao lll Centenário da imortalidade de Zumbi dos Palmares.

O professor Eduardo de Oliveira travou o bom combate até os 86 anos de idade e nos deixou um legado a ser conduzido até a superação racismo, da discriminação social, da miséria e a construção de um projeto nacional de desenvolvimento e a conquista do socialismo.

São Paulo, 06 de agosto de 2023.

Diretoria nacional do Congresso Afro-Brasileiro – CNAB

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