Marcha das Margaridas: entusiasmo na abertura e espera por anúncios de Lula

Margaridas se preparam para marchar na Esplanada dos Ministérios; Margarida Alves teve o nome aprovado para compor o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

Foto:Wilson Dias/Agência Brasil

No Pavilhão do Parque da Cidade, em Brasília, ocorreu na terça-feira (15) a abertura oficial da 7ª edição da Marcha das Margaridas, em cerimônia que contou com as presenças de ministras e ministros do governo Lula e dezenas de deputadas e deputados.

O evento aquece os preparativos para a marcha que acontece na quarta-feira (16) pela manhã, a partir das 7 horas, e será composto por mais de 100 mil mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades, com representantes de 33 países. O presidente Lula participará do encerramento da marcha com ato, na Esplanada dos Ministérios, a partir das 10h.

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A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante a cerimônia de abertura agitou as militantes presentes com expectativa sobre anúncios que deverão ser feitos pelo presidente acerca das pautas das Margaridas.

“Tivemos que trabalhar muito em cima das 13 pautas [propostas das Margaridas] e amanhã é o presidente quem vai responder para vocês. Esse presidente e esse governo respeita as mulheres e é por isso que estamos efetivamente lutando”, disse Cida.

Os 13 eixos políticos definidos pelas Margaridas são:

  • Democracia participativa e soberania popular.
  • Poder e participação política das mulheres.
  • Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo.
  • Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade.
  • Proteção da natureza com justiça ambiental e climática.
  • Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética.
  • Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios.
  • Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns.
  • Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional.
  • Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda.
  • Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária.
  • Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo.
  • Universalização do acesso à internet e inclusão digital.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também no evento, ressaltou a importância da Marcha das Margaridas como “uma das principais ações das mulheres na América Latina”.

“A luta das Margaridas é uma luta de todas nós. Sabemos que quando o campo não planta a cidade não come. Só poderemos ter a verdadeira emancipação quando conquistarmos a emancipação das mulheres brasileiras. As conquistas que tivemos ainda estão muito distantes da igualdade de gênero, mas, sem medo de errar, as conquistas que já tivemos tem a marca das lutadoras que aqui estão e das mulheres que vieram antes de nós”, afirmou Luciana.

Heroína da Pátria

Durante o evento, a coordenadora-geral da Marcha das Margaridas, a piauiense Mazé Morais, comemorou a aprovação do Senado para a inscrição do nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria (PLC 63/2018).

A Marcha das Margaridas é uma homenagem a Margarida Maria Alves, uma trabalhadora rural e sindicalista paraibana que passou sua vida lutando pelos direitos das mulheres trabalhadoras rurais. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983 e se tornou um símbolo em defesa dos direitos da categoria – e um marco na denúncia das violações sistemáticas dos direitos fundamentais.

Confira como foi a abertura:

*Com informações Governo Federal