Pesquisas indicam segundo turno entre Massa e Milei na Argentina

No cenário atual candidato ultradireitista venceria o pleito no segundo turno tanto contra o ministro da Economia, Sérgio Massa, quanto contra Patricia Bullrich

Fotomontagem: o economista Javier Milei (E) e o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa (D) | Fotos: Foto: Twitter/@jmilei e Marcos Corrêa/PR

Após inusitadas prévias eleitorais na Argentina, o cenário político do país entra em ebulição com a perspectiva de um segundo turno entre o candidato ultradireitista, Javier Milei, e o atual ministro da Economia, Sergio Massa. As Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso), ocorridas em 13 de agosto, desafiaram as expectativas e revelaram um eleitorado em busca de alternativas.

Surpreendendo os prognósticos, Milei conquistou o primeiro lugar em Paso, acumulando 30,04% dos votos, enquanto Massa, representando a ala governista, garantiu o segundo lugar com 21,4%. A terceira posição coube a Patricia Bullrich, com 16,98% dos votos.

Para garantir a vitória no primeiro turno, em 22 de outubro, um candidato argentino deve receber pelo menos 45% dos votos ou 40% com uma vantagem de mais de dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado. A reviravolta eleitoral abriu caminho para um possível segundo turno, previsto para 19 de novembro.

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As pesquisas pós-Paso desenham um quadro competitivo entre Milei e Massa. Na pesquisa realizada pela consultoria Analogías, Milei alcança 32,15% das intenções de voto, enquanto Massa conquista 26,8%. Patricia Bullrich aparece com 20,9%, demonstrando que a corrida eleitoral está longe de ser previsível. Já a pesquis conduzida pela Opinaia, destaca um empate técnico entre Massa e Bullrich, com Milei liderando com 35%, seguido por Massa com 25% e Bullrich com 23%.

No entanto, um levantamento conduzido pela Faculdade de Psicologia da Universidade Nacional de Buenos Aires (UBA), a mais importante do país, revelou que metade dos entrevistados (50%) acreditam que a Argentina estaria em melhores condições sob a presidência de Milei do que no cenário atual. Este estudo também destacou que a decisão final sobre o próximo líder do país ocorrerá apenas em novembro.

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Atualmente, o governo busca conter a ascensão de Milei por meio de medidas econômicas que visam mitigar os impactos da crise. Para isso, Sergio Massa, anunciou um pacote de medidas para aliviar a situação econômica de setores castigados pela crise e apaziguar os efeitos da inflação galopante, que poderia atingir mais de 100% ao ano até o final de 2023.

No âmbito dessas ações, Massa, em uma rápida viagem a Brasília nesta segunda-feira (28), discutiu com o governo Lula iniciativas de ajuda econômica à Argentina. Além disso, o ministro argentino apresentou um pacote de medidas para aliviar os efeitos da desvalorização da moeda local e do aumento de preços internos. As medidas incluem a emissão de bônus para servidores públicos e aposentados, reforço no cartão de alimentação para famílias de baixa renda com filhos e disponibilização de linhas de crédito para trabalhadores.

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O cenário político argentino permanece fluido, com a polarização entre a extrema direita representada pelo direitista Milei e o governo peronista de Massa prometendo um confronto eleitoral acirrado. As surpreendentes Primárias Abertas estabeleceram um novo panorama, levando os candidatos a reavaliar suas estratégias para conquistar os candidatos e moldar o futuro político e econômico da nação sul-americana.

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com informações de agências

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