Após acordo de delação, Mauro Cid deixa Batalhão de Polícia do Exército

Moraes revogou a prisão preventiva do militar que estava detido por envolvimento na falsificação do cartão de vacina contra a Covid-19 de Bolsonaro e familiares

Mauro Cid deixa a prisão (Foto: Reprodução)

Depois da homologação do acordo de delação premiada feita pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, deixou neste sábado (9) a prisão no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília.

Moraes revogou a prisão preventiva do militar que estava detido por envolvimento na falsificação do cartão de vacina contra a Covid-19 do ex-presidente e familiares.

O militar, que foi o braço-direito de Bolsonaro nos últimos quatro anos, é peça chave para as investigações da Polícia Federal (PF) no inquérito das milícias digitais e outras conexões.

Cid é investigado pela venda nos Estados Unidos das joias sauditas, dadas como presentes por chefes de Estado ao ex-presidente. A PF também encontrou no celular dele a troca de mensagens de cunho golpistas com outros militares e ainda uma minuta do documento Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Leia mais: Alexandre de Moraes homologa acordo de delação e manda soltar Mauro Cid

O militar também foi envolvido no caso do hacker Walter Delgatti que, em depoimento à CPMI do Golpe, disse que Bolsonaro de lhe pediu para invadir as urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O hacker contou que foi levado até Bolsonaro pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) num encontro no Palácio da Alvorada onde Cid estava presente.

Cautelares

Ao conceder a liberdade, o ministro impôs medidas cautelares que devem ser observadas por ele, sob pena de suspensão do benefício:

– O militar está proibido de se ausentar da comarca e recolhimento domiciliar no período noturno e nos finais de semana mediante uso de tornozeleira eletrônica;

– Obrigação de apresentar-se perante o juiz, no prazo de 48 horas, e comparecimento semanal, todas as segundas-feiras;

– Proibição de ausentar-se do país, com obrigação de realizar a entrega de seus passaportes no prazo de cinco dias;

– Cancelamento de todos os passaportes emitidos, tornando-os sem efeito;

– Suspensão imediata de quaisquer documentos de porte de arma de fogo em nome do investigado, bem como de quaisquer certificados de registro para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça;

– Proibição de utilização de redes sociais e;

– Proibição de comunicar-se com os demais investigados, com exceção de sua esposa, filha e pai.

Na decisão, o ministro também afirmou que o não comparecimento semanal de Mauro Cid ao juiz deve ser informado de imediato e que o não cumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará sua revogação e decretação de nova prisão.

O ministro ainda determinou o afastamento de Cid do exercício das funções de seu cargo de oficial no Exército, devendo ser comunicado, imediatamente, o Comandante do Exército.

Com informações do STF

Autor