Vestígios de material genético reforçam acusações de vandalismo no 8/1

Peritos da PF analisaram uma ampla gama de objetos encontrados na sede dos Três Poderes, incluindo meias, batom, bitucas de cigarro e até mesmo restos de sangue

As imagens dos atos golpistas de 8 de janeiro | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou mais 31 indivíduos de vandalismo ao patrimônio público, e outros crimes relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro, após encontrarem vestígios de material genético na sede dos Três Poderes.  

Segundo à Folha de S.Paulo, os fragmentos foram confrontados com amostras recolhidas de apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro, presos no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército no dia seguinte.

A investigação, conduzida pela PGR em conjunto com a Polícia Federal (PF), utilizou uma ampla gama de objetos encontrados no local, incluindo meias, batom, camisas, toalhas de rosto, máscaras de proteção facial, bandeiras, barras de metal, garrafas de água, latas de refrigerantes, bitucas de cigarro e até mesmo restos de sangue. Esses vestígios, quando confrontados com os perfis genéticos obtidos dos presos, forneceram elementos substanciais para sustentar as acusações de envolvimento na invasão e depredação dos prédios.

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Inicialmente, essas 31 pessoas já foram denunciadas pela PGR e enfrentaram ações penais por associação criminosa e incitação às Forças Armadas contra os Poderes constituídos. Agora, com base nos novos laudos técnicos da Polícia Federal, a PGR adicionou acusações de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência, grave ameaça ao patrimônio da União e intimidade de patrimônio tombado.

Se o STF aceitar as novas acusações, esse grupo se juntará aos 232 réus que já respondem por esses crimes, com possibilidade de até 30 anos de reclusão e sem a opção de acordo de não perseguição penal. O subprocurador Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, declarou que “com essas provas, é possível dizer com segurança que, mesmo que essas pessoas não tenham sido detidas em flagrante no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto ou no STF, elas estiveram nesses locais”.

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Segundo informações divulgadas pelo órgão nesta segunda-feira (11), peritos da PF produziram vários laudos e perfis genéticos, confrontando amostras biológicas dos presos com os vestígios encontrados durante as investigações de 8 de janeiro. As análises foram feitas pelo Serviço de Perícias em Genética Forense, que recebeu quase 1.400 amostras biológicas dos presos. O processamento do material levou à elaboração de 1.385 perfis genéticos, sendo 896 de pessoas do sexo masculino e 489 do sexo feminino.

A PGR também utilizou dados do Banco Federal de Perfis Genéticos e informações de bancos de dados públicos. O julgamento das primeiras ações penais relacionadas ao caso está marcado essa quarta-feira (13), em uma sessão extraordinária no STF.

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com informações de agências

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