Lista do trabalho escravo soma 473 nomes e grupo Heineken envolvido

Divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, “Lista Suja” do trabalho escravo teve a inclusão de mais 204 empregadores, entre eles a cervejaria Kaiser, do grupo Heineken

Foto: MPT/Reprodução

Na última quinta-feira (5), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Secretaria de Inspeção do Trabalho, atualizou o Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, documento conhecido como Lista Suja do trabalho escravo.

Nesta atualização 204 novos nomes foram incluídos na lista, totalizando 473 empregadores que submeteram 3.773 seres humanos a condições de trabalho análogas à escravidão.

Um recorde lamentável de nomes de empregadores que aparecem na listagem.

Leia também: Operação resgata 532 pessoas exploradas em trabalho escravo em 15 estados

Uma dessas empresas que aparece chamou a atenção. A cervejaria Kaiser, do Grupo Heineken, consta na lista. Confira todos os 473 envolvidos aqui.

Segundo o MTE, as inclusões dos 204 novos nomes correspondem aos estados: “Alagoas (3), Amazonas (1), Bahia (14), Ceará (5), Distrito Federal (3), Espírito Santo (5), Goiás (11), Maranhão (13), Minas Gerais (37), Mato Grosso do Sul (3), Mato Grosso (5), Pará (17), Paraíba (2), Pernambuco (4), Piauí (14), Paraná (3), Rio de Janeiro (6), Rio Grande do Norte (3), Rondônia (2), Roraima (3), Rio Grande do Sul (8), Santa Catarina (6), Sergipe (2), São Paulo (32) e Tocantins (2)”. 

Leia também: Fiscais resgatam 17 pessoas em trabalho análogo ao escravo em SP

Já as atividades com maior número de empregadores inclusos na atualização são: Produção de carvão vegetal (23), Criação de bovinos para corte (22), Serviços domésticos (19), Cultivo de café (12) e Extração e britamento de pedras (11). 

Kaiser/Heineiken  

Em nota, o grupo Heineken colocou: Em 2021, nós, e uma grande cervejaria do mercado nacional, fomos surpreendidos por uma fiscalização do Ministério do Trabalho que indicava infrações trabalhistas inaceitáveis cometidas por parte de uma de nossas prestadoras de serviços, a Transportadora Sider. Na ocasião, que nos deixou perplexos, nos mobilizamos para prestar todo apoio aos trabalhadores envolvidos e para garantir que todos os seus direitos fundamentais fossem reestabelecidos prontamente. Além disso, asseguramos as medidas necessárias junto à transportadora, que não faz mais parte do nosso quadro de fornecedores”.

De acordo com a empresa, a partir do ocorrido realizam controle de terceirização para que situações similares não voltem a ocorrer e que investe em espaços de convivência em respeito às normas dentro de suas cervejarias.