Combate ao trabalho escravo é prejudicado por falta de auditores fiscais

Governo visa repor quadro de auditores fiscais do trabalho com 900 vagas pelo Concurso Nacional Unificado

Foto: divulgação/Auditoria Fiscal do Trabalho

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) obtidos pela Agência Brasil mostram que do início do ano até 21 de novembro foram resgatadas 2.847 pessoas exploradas em condição análoga à escravidão no Brasil. Já os empregadores que estão na “lista suja do trabalho escravo” somam 473 empresas até agora.

Além disso, até outubro, 2.064 crianças e adolescentes foram resgatados do trabalho infantil, proibido por lei (Estatuto da Criança e do Adolescente).

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Os resgates foram feitos pelo árduo trabalho dos auditores fiscais do trabalho e poderiam ser ainda maiores se o quadro de auditores não estivesse defasado.

 A reportagem ouviu o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Bob Everson Carvalho Machado, que apontou: “Hoje nós temos na ativa 1.917 auditores, de um quadro possível de 3.644 […] “é uma situação gravíssima que, obviamente, impacta em todas as áreas de atuação da inspeção do trabalho.”

Reposição de vagas

Como forma de recompor este quadro trágico e avançar no trabalho de combate ao trabalho análogo à escravidão, o governo federal por meio do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) pretende, de forma inicial, abrir 900 vagas para auditores fiscais do trabalho. As vagas fazem parte do Concurso Nacional Unificado que terá 6.640 vagas.

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Segundo o Sinait, o total de vagas para recompor o quadro, de fato, o seria de 1.727 novos auditores. O salário inicial de um auditor fiscal do trabalho é de R$ 21 mil, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.

*Informações Agência Brasil

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