Biden alerta Israel contra “grande erro” de ocupação de Gaza

Embora defenda a eliminação completa do Hamas, Biden diz que é necessário estabelecer um caminho para a criação de um Estado Palestino.

Em meio à escalada de violência na região de Gaza, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu um apelo público notável a Israel, alertando contra uma potencial ocupação da Faixa de Gaza em resposta aos ataques terroristas do grupo Hamas. Esta declaração ocorreu durante uma entrevista ao programa “60 Minutes”, da CBS, que foi ao ar no domingo (15).

O presidente Biden destacou que seria um “grande erro” Israel ocupar Gaza, enfatizando que o Hamas e seus elementos extremistas não representam o povo palestino como um todo. Ele ressaltou a necessidade de proteger os civis na região, enquanto os Estados Unidos estão trabalhando para aliviar a crescente crise humanitária no enclave costeiro palestino, que enfrenta escassez de alimentos, água e gás.

“Nós acreditamos que o que aconteceu em Gaza é culpa do Hamas, e os elementos extremistas do Hamas não representam todo o povo palestino”, disse Biden em sua entrevista ao jornalista Scott Pelley. Ele acrescentou que embora a eliminação completa do Hamas seja desejável, é necessário estabelecer um caminho para a criação de um Estado Palestino.

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Os comentários de Biden representam uma das poucas vezes em que um presidente dos EUA apelou a Israel para exercer restrição na resposta aos ataques terroristas do Hamas. O conflito recente resultou em uma série de ataques aéreos massivos por parte de Israel na região norte da Faixa de Gaza, de onde o Hamas lançou seu ataque terrorista.

No entanto, Michael Herzog, embaixador israelense nos Estados Unidos, afirmou em uma entrevista à CNN que Israel não tem a intenção de ocupar Gaza após o término do conflito. Ele enfatizou que não desejam governar a vida de mais de 2 milhões de palestinos na região.

A situação em Gaza se deteriorou rapidamente em um desastre humanitário, e organizações de direitos humanos têm destacado que é praticamente impossível para os civis palestinos evacuarem a área devido aos danos causados pela infraestrutura e à superpopulação da região.

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Biden também enfatizou a importância de estabelecer um corredor humanitário para ajudar os civis presos no meio dos combates e expressou confiança de que Israel respeitará as “regras da guerra” para garantir o acesso de medicamentos, alimentos e água aos inocentes em Gaza.

O presidente dos EUA não previu o envolvimento de tropas americanas em combate na área, mas afirmou que os Estados Unidos fornecerão a Israel todo o apoio de que precisarem. Ele também discutiu o papel do Irã na região, destacando que “embora apoie consistentemente o Hamas e o Hezbollah”, não há evidências claras de que o governo iraniano esteja diretamente por trás dos ataques a Israel.

Neste contexto, as tensões em Gaza continuam a crescer, com a comunidade internacional buscando soluções para um conflito complexo e de longa data que afeta profundamente a vida de milhões de pessoas na região.

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A administração Biden está considerando uma visita presidencial a Israel como um sinal de apoio ao país após o ataque do Hamas. Biden poderia desembarcar em Israel já esta semana, se houver condições de segurança.

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