Sindicatos se unem para reverter demissões na GM do Brasil

Centenas de trabalhadores foram avisados do corte por telegrama ou e-mail, em pleno final de semana.

Foto: Roosevelt Cássio

As demissões em massa feitas pela General Motors (GM) do Brasil revoltaram o movimento sindical. No sábado (21), a montadora desligou centenas de trabalhadores em suas três fábricas no estado de São Paulo – em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes. Centenas de trabalhadores foram avisados do corte por telegrama ou e-mail, em pleno final de semana.

Uma greve unificada foi aprovada neste domingo (22), por tempo indeterminado, nas três bases. Os trabalhadores exigem o cancelamento imediato das demissões. Já nesta segunda-feira (23), houve assembleias nas três plantas e reunião entre os sindicatos dos metalúrgicos dessas bases.

“A demissão coletiva foi covarde e arbitrária, já que ocorreu sem negociação prévia com os sindicatos, o que contraria a legislação nacional”, afirmaram as entidades, em nota conjunta, após a reunião. De acordo com o texto, “em São José dos Campos e Mogi das Cruzes, a GM descumpriu acordos de layoff firmados com os sindicatos, que garantiam a estabilidade no emprego para todos das duas plantas”.

Os sindicatos também cobram apoio dos governos federal e estadual, bem como do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. Até o momento, a GM nem sequer informou quantos trabalhadores foram demitidos.

“Esta greve confirma a tradição de luta dos metalúrgicos da General Motors. Vamos pressionar o presidente Lula, o governador Tarcísio, o prefeito Anderson e a própria empresa”, diz Valmir Mariano, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. “A GM agiu de forma ilegal, por desrespeitar o acordo e a legislação, e imoral, por desrespeitar os trabalhadores. Não vamos produzir um parafuso sequer enquanto as demissões não forem canceladas.”

Diversas entidades manifestaram solidariedade à luta contra a GM. É o caso da Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil), que acusou a montadora de ter agido “de modo ilegal” contra seus funcionários. “A Fitmetal se solidariza com esses trabalhadores, manifesta apoio aos sindicatos e se soma à luta unitária pela reintegração imediata dos metalúrgicos demitidos”, declarou a federação.

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