Vitória dos trabalhadores: GM suspende 1.245 demissões em São Paulo

Acordos coletivos determinam comunicação prévia das montadoras aos sindicatos – o que não ocorreu

Após duas semanas de lutas dos trabalhadores – com direito a uma greve unificada –, a General Motors (GM) suspendeu neste sábado (4) as 1.245 demissões anunciadas pela montadora em 21 de outubro nas três fábricas no estado de São Paulo. A decisão reverte 839 cortes em São José dos Campos, 300 em São Caetano e 105 em Mogi das Cruzes.

Todos os trabalhadores já foram formalmente reintegrados. Na segunda-feira (6), haverá reunião entre a empresa e os sindicatos dos metalúrgicos das três bases para encaminhar os trâmites internos. Também na segunda, haverá assembleia nas fábricas.

A decisão da multinacional norte-americana foi motivada por uma liminar da Justiça do Trabalho de São Paulo, que, por sua vez, atendeu a uma Ação Civil Pública dos sindicatos. Na visão da Justiça, as demissões arbitrárias não levaram em conta os acordos coletivos entre a GM e essas entidades.

“A retomada dos empregos é uma vitória histórica, fruto da forte luta dos trabalhadores das três cidades”, declarou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Valmir Mariano. “Foram 13 dias de greve e muita união em defesa dos empregos. Mostramos a força da nossa categoria.”

Os acordos coletivos determinam comunicação prévia das montadoras aos sindicatos – o que não ocorreu. Além disso, as demissões foram avisadas aos funcionários por telegrama ou e-mail em um final de semana, o que revoltou os trabalhadores. Em resposta à intransigência e à sensibilidade da GM, os sindicatos organizaram uma greve que se estendeu por 13 dias.

As fábricas paulistas da montadora contam com cerca de 12 mil trabalhadores. A GM também mantém plantas em Gravataí (RS) e Joinville (SC).

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