Metalúrgicos dobram GM, garantem pagamento de dias parados e encerram greve

Sindicatos arrancaram da empresa o compromisso de um Programa de Demissão Voluntária (PDV) em todas as plantas

Acabou nesta quarta-feira (8) a histórica greve dos metalúrgicos da General Motors (GM) em São Paulo. O fim da paralisação – que durou 17 dias – estava previsto desde segunda-feira (6), quando o movimento sindical garantiu, na Justiça do Trabalho, a suspensão das 1.244 demissões anunciadas nas fábricas de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes.

A montadora, porém, não queria pagar os dias parados. Por isso, os sindicatos que representam essas três bases mantiveram a greve e dobraram a GM, que voltou atrás. Além da garantia do pagamento, os metalúrgicos arrancaram da empresa o compromisso de um Programa de Demissão Voluntária (PDV) em todas as plantas.

Mesmo com a volta ao trabalho, as negociações continuam. Os sindicatos decidiram manter a unidade e iniciar, desde já, a luta contra demissões. Apesar da derrota, a GM afirmou, em nota, que ainda busca um acordo “que seja justo e que nos permita seguir produzindo e investindo no país”. Ao todo, a montadora emprega cerca de 12 mil trabalhadores nas três fábricas.

Os cortes em massa anunciados em 21 de outubro ocorreram majoritariamente na unidade de São José, onde 839 operários foram afetados. Houve ainda 300 desligamentos em São Caetano e 105 em Mogi das Cruzes. Todos foram revertidos.

A quantidade elevada de demissões não foi a única razão da revolta dos sindicatos. Não houve qualquer comunicação prévia da GM com as entidades, o que infringe acordos coletivos vigentes. De modo desrespeitoso, os trabalhadores foram avisados da medida por telegrama ou e-mail em um sábado.

Em São José dos Campos, uma assembleia nesta quarta-feira (8) aprovou aviso permanente de greve. Segundo o sindicato, uma comissão de sete trabalhadores ficará à frente das próximas rodadas de negociação. “Não vamos baixar a guarda”, disse Valmir Mariano, vice-presidente do sindicato. “Em qualquer movimento da empresa no sentido de colocar em risco empregos e direitos, a greve será retomada.”

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