Israel ignora situação de pacientes e invade maior hospital de Gaza

Na véspera de se completar 40 dias de conflitos entre Israel e o Hamas, as Forças Armadas israelenses iniciaram, nesta terça-feira (14), uma operação no maior hospital de Gaza, o Al-Shifa, levando medo e colocando em risco vidas de pessoas que se encontram no local. 

Agências internacionais destacam que testemunhas afirmaram ter visto dezenas de soldados israelenses entrarem encapuzados e atirando para o alto no local, exigindo que todos os cidadãos acima de 16 anos se entregassem. A ação provocou pânico e correria, segundo relatos.

Um jornalista da AFPindica que as pessoas no interior do Al-Shifa, entre pacientes, refugiados e integrantes da equipe médica, são interrogados até mesmo dentro do serviço de emergência do local.

“Estou horrorizado com as informações sobre operações militares no Hospital al-Shifa de Gaza. A proteção dos recém-nascidos, pacientes, profissionais da saúde e de todos os civis deve ter precedência sobre todas as outras questões”, declarou, pelas redes social, Martin Griffiths, diretor do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

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De acordo com comunicado de Israel, a operação teria o objetivo de capturar membros do Hamas que estariam escondidos em um dos setores do hospital. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o local foi atacado várias vezes nos últimos dias, deixando vários mortos e feridos. 

O Al-Shifa é considerado o maior complexo hospitalar de Gaza, composto por cinco edifícios e 700 leitos e faz diversos tipos de atendimento que vão de serviços ambulatoriais a cirurgias e internações em Unidades de Terapia Intensiva. 

O número estimado de pacientes no início desta semana era de cerca de 650, incluindo 50 pacientes em diálise renal, 36 bebês incubados e 26 pacientes em UTI, além de 700 médicos. O número de pessoas deslocadas que se refugiam no hospital é de cerca de 5 mil, conforme informações da BBC Brasil. 

O diretor do hospital Abu Salamiya e outros médicos afirmaram que não há combustível no hospital e que eles dependem de reservas limitadas que são utilizadas quando há “mais necessidade”.

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Na segunda-feira (13), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o Hospital Al-Shifa é “quase um cemitério”, com corpos amontoados dentro e fora do local. 

Mostapha Khaalout, diretor do hospital pediátrico de Rantissi, a cerca de 2 quilômetros do Al-Shifa, declarou à rádio Monte Carlo Doualiya que a situação do Al-Shifa é dramática: “Ele está cercado pelas forças israelenses e os mortos são empilhados nos corredores. Os corpos não podem ser enterrados porque quando se tenta sair do hospital, os soldados atiram contra as pessoas. Cachorros de rua estão comendo os cadáveres”. 

Com agências

(PL)