Rio Negro volta a subir no Amazonas e tem nível dentro da normalidade

Apesar disso, os 62 municípios do estado ainda estão em situação de emergência por conta da seca

O nível do Rio Negro voltou ao normal (Foto: Clóvis Miranda/ Amazonastur)

Depois de registrar a maior seca dos últimos 121 anos, o Rio Negro voltou a subir em Manaus (AM) e já apresenta nível de normalidade para o período, alcançando na terça-feira (6) 21,46 metros.

Em outubro do ano passado a cota do Rio Negro ficou abaixo de 13 metros pela primeira vez desde 1902, quando começaram as medições.

O atual nível é quase o dobro do mais baixo, registrado em 26 de outubro de 2023, quando alcançou a cota histórica de 12,70 metros, segundo o Porto de Manaus.

De acordo com o G1, a cheia reaqueceu setores da economia que dependem de atividades como transporte fluvial e turismo.

Leia mais: Menor nível no Rio Madeira é registrado em 56 anos, diz ANA

Os principais rios do Amazonas já voltaram a subir e seguem apresentando níveis dentro da normalidade para o período, conforme o Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Apesar disso, os 62 municípios do estado ainda estão em situação de emergência por conta da seca.

A combinação dos efeitos do El Niño com o aquecimento global ainda pesa sobre os municípios do interior, onde no período mais severo predominou imagens de dos botos e milhares de peixes mortos no Lago Tefé.

O lago em frente a cidade foi transformado em estrada, sendo atravessado de motocicleta.

A pesquisadora de geociências do SGB, Jussara Cury, disse ao G1 que, após a vazante severa que atingiu o estado, os níveis dos rios ficaram baixos e precisam de tempo para se recuperar, mas eles ainda estão sendo impactados pela pouca quantidade de chuvas durante o El Niño.

“O fenômeno afeta no acumulado de chuvas, que está abaixo do normal para o período. No momento Tabatinga, no Alto Solimões, está apresentando oscilações e até descidas. O mesmo ocorre na parte norte da bacia, como Alto Rio Negro e rio Branco, em Roraima, que estão em recessão e no caso de Boa Vista [capital de Roraima] com níveis baixos para o período”, explica a pesquisadora.

Autor