Lula e Maduro debatem relações comerciais e eleições na Venezuela

Venezuelano articula com oposição eleições no segundo semestre com a presença de observadores internacionais. Presidentes ainda trataram sobre combate ao garimpo ilegal na fronteira

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião bilateral com o Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro - Kingstown, São Vicente e Granadinas. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reuniram com o presidente venezuelano Nicolás Maduro na sexta-feira (1), durante o 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas.

No encontro de mais de uma hora, segundo o Planalto, trataram sobre relações comerciais, parcerias para combate ao garimpo ilegal na zona de fronteira e as eleições venezuelanas que acontecem no segundo semestre.

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Segundo o governo, Maduro indicou que o país tem apresentado crescimento econômico e queda na inflação. Dessa maneira, discutiram alternativas de como a Venezuela deve pagar a dívida que tem com o Brasil, além da ampliação comercial entre os países.

Quanto à questão Yanomami, abordaram como ampliar combate ao garimpo ilegal. As terras indígenas estão na região de fronteira entre os dois países e os criminosos utilizam disso para fugir de fiscalizações. O policiamento pelo Brasil tem sido ampliado e ganhou reforço com a Casa de Governo instalada em Roraima, na quinta (29).

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Sobre as eleições que ocorrem no país, Maduro afirmou que articula como será o pleito com os partidos de oposição na Assembleia Nacional e que a votação contará com observadores internacionais para auditar e garantir a lisura.

Sobre a disputa por Essequibo, Lula não tratou com Maduro, assim como não abordou o tema em visita à Guiana, na quinta.  Na ocasião, o presidente brasileiro afirmou que o “Brasil vai continuar empenhado para que as coisas aconteçam na maior tranquilidade possível. Se em 100 anos não foi possível resolver esse problema, é possível que a gente leve mais algumas décadas, a única coisa que eu tenho certeza é que a violência não resolverá esse problema, criará outros problemas”, enfatizou Lula.