No parlamento mais masculino, PCdoB se destaca por bancada feminina

Proporção de mulheres na bancada comunista oscila entre 40% e 44% desde 2011

As deputadas comunistas Jandira, Alice e Daiana (Fotos: Richard Silva/PCdoB na Câmara)

A Câmara dos Deputados é um símbolo vivo da sub-representação feminina na política. Dos 513 parlamentares da legislatura atual (2023-2027), apenas 91 são mulheres – o equivalente a 17,7%.

Os otimistas podem dizer que o número é recorde. Na legislatura anterior (2019-2023), por exemplo, as 77 deputadas representavam 15% da Casa. Uma legislatura antes (2015-2019), 10% da Câmara era feminina, com suas 51 parlamentares. O avanço, portanto, é real e constante.

Mas o recorde atual não esconde o vexame brasileiro na comparação com o mundo. Com uma Câmara que não chega a ter 18% de mulheres, a participação feminina está abaixo da média mundial – que é de 25,7%, conforme o último relatório da União Interparlamentar.

Entre os 186 países mapeados pela centenária entidade, o Brasil ocupa a modesta 135ª colocação em termos de inserção de mulheres no parlamento. Mesmo com as recentes regras eleitorais – que garantiram cotas de vagas e financiamento para candidatas mulheres –, a Câmara brasileira é, proporcionalmente, a mais masculina da América Latina.

Entre os partidos com representação feminina no Legislativo, o PCdoB se destaca pelo histórico positivo. A proporção de mulheres na bancada comunista oscila entre 40% e 44% desde 2011 – ou seja, há quatro legislaturas. Na composição atual, dos sete deputados do Partido, três são mulheres – Alice Portugal (BA), Daiana Santos (RS) e Jandira Feghali (RJ).

Alice está no sexto mandato na Câmara, enquanto Jandira – a mais longeva deputada federal na história do PCdoB – está no oitavo. Já Daiana, ex-vereadora de Porto Alegre, estreou em Brasília nesta legislatura. As três comunistas foram agraciadas com o Prêmio Congresso em Foco 2023.

Autor