Tânia diz que Brasil deve tratar os EUA com firmeza
A deputada Tânia Soares (PCdoB), registrou em plenário, a visita do presidente americano, George W. Bush, ao Brasil nos dias de amanhã e sexta-feira. A parlamentar lembrou aos demais colegas que o chefe de Estado dos EUA visitará o Brasil para debater,
Publicado 07/03/2007 23:48 | Editado 04/03/2020 17:21
A comunista afirmou que a visita do presidente americano suscita duas discussões chaves. A principal é sobre a liderança do Brasil no domínio da tecnologia utilizada para produzir biocombustíveis como o Etanol. A outra questão se refere ao relatório sobre o aquecimento global elaborado pelo Grupo Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPPC), que concluiu que o mundo passa por um período que requer maiores atenções a preservação ambiental.
Este relatório provocou a necessidade em diversificar a matriz energética do planeta, hoje com forte presença dos combustíveis fósseis. A tendência é que os biocombustiveis aumentem sua inserção no mercado mundial. De acordo com Tânia, o assunto desperta o interesse tanto do estado de Sergipe, como do país.
Atualmente o Brasil e os Estados Unidos respondem juntos por 70% da produção e do consumo mundiais de etanol. O primeiro com 16 bilhões de litros, produzidos a base da cana-de-açúcar, e o segundo, com cerca de 17 bilhões de litros anuais, produzidos a base de milho. Em termos de tecnologia na área os brasileiros estão à frente dos americanos.
Segundo a Agência Carta Maior, a recente proposta de Bush para diminuir o consumo de combustíveis fósseis nos EUA em 20% até 2017, necessitará que este país tenha disponível, até lá, 35 bilhões de barris de biocombustível/ano, cinco vezes mais do que os americanos seriam capazes de produzir, “De olho nesta demanda, para o Brasil, que já exporta cerca de 1 milhão de litros de etanol/ano a uma amarga tarifa de US$ 0,54 por barril, um acordo com os EUA poderá significar uma expansão dos negócios. Este cenário é extremamente favorável para o país.
A parlamentar afirmou aos deputados que o Brasil precisa manter a postura firme que tem tido nessas negociações. “Somos detentores do que existe de mais moderno na produção do Etanol e temos a capacidade de dobrar nossa produção, ou seja, estamos numa situação privilegiada. Devemos com isso exigir taxas e valores justos ao nosso produto. O ideal seria que retirassem a sobretaxa de US$ 0,54 por barril, praticada hoje pelos americanos. Dessa forma o produto brasileiro teria mais competitividade e aumentaria mais o lucro dos nossos produtores”, fala, acrescentando que o EUA vão precisar cada vez mais de nosso Etanol.
''O Brasil precisa estabelecer normas e regras sócio-ambientais bem nítidas para que se essa produção realmente contribua para nossa economia sem aumentar a degradação da natureza”, diz Tânia. Mostrou também que é preciso primeiro respeitar as legislações existentes, e investir em alternativas, como a certificação ambiental da atividade. “Além dos problemas ambientais, também existem os trabalhistas. A atividade canavieira é conhecida como uma das mais penosas e degradantes para os trabalhadores, com isso precisamos estar atentos, já que Sergipe também é um produtor de cana-de-açúcar”, fala.
Outro ponto da proposta que será discutida pelos presidentes Lula e Bush é um investimento compartilhado em países da América Central e do Caribe, como Peru, Colômbia, El Salvador, Honduras, Guatemala, República Dominicana e Haiti, entre outros. Na opinião da deputada esse é um ponto muito importante, sendo uma forma de pagar toda exploração que já foi feita nesses países, principalmente os africanos. “A maioria desses países tem sérios problemas econômicos. Com a expansão do projeto eles poderão melhorar o seu PIB e sua riqueza”, diz a comunista.
A deputada finalizou o discurso afirmando que durante a visita de Bush diversas entidades, movimentos sociais e a sociedade no geral estarão realizando manifestações contra os atos do presidente. Informações do Vermelho mostram que cerca de 50 entidades estão organizando um evento com a expectativa de mobilizar a sociedade para denunciar as ações criminosas do presidente dos EUA, principal responsável pelas instabilidades mundiais.