Grafite usado como meio de expressão
No muro da Fábrica Pompeu Têxtil, na Avenida Governador Parsifal Barroso, está grafitada a marca dos adolescentes do projeto Crescer com Arte, da Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci). Nos desenhos, inspirados nas potencialidades e deficiências
Publicado 09/05/2007 09:32 | Editado 04/03/2020 16:37
Depois de 20 dias de atividades no bairro, trabalhando com alunos da Escola Honório Bezerra, o projeto Crescer com Arte encerrou ontem a ação “Tacando Nossa Marca”. Além da finalização do mural, a programação final contou com a apresentação das bandas “SOS Brasil”, “Melhor Sem Nós” e Revolução Music” e da peça teatral “O Auto da Gracinha”.
A ação, cujo nome faz referência a gíria “tacando o nome”, usada na pichação, visa ao fortalecimento da identidade das crianças e adolescentes por meio da expressão dos seus potenciais artísticos. O Presidente Kennedy é o sexto bairro beneficiado com o projeto, que já passou pelo Itaperi, Serrinha, Lagoa do Opaia, Barra do Ceará e Bom Jardim.
No Presidente Kennedy, o Crescer com Arte contou com a parceria da Fábrica Pompeu Têxtil e o apoio da Escola Honório Bezerra. De acordo com Agnelo Queiroz, coordenador do projeto, os alunos participam de oficinas de música e arte visual antes de visitarem os bairros. Assim, interagem com outras crianças e adolescentes, personagens de histórias tão semelhantes as deles.
Com essa nova experiência, Samuel Ricardo de Lima, 13 anos, conheceu um mundo novo. Aprendeu algumas técnicas manuais da fotografia e, pela primeira vez, se comunicou através da arte. “O grafite é a maneira que encontrei para me expressar, para alertar a sociedade sobre os problemas do meu bairro. Aqui encontramos muita violência, sujeira nas ruas e postos de saúde com poucos médicos”, conta.
Essa, acrescenta Agnelo Queiroz, é exatamente a idéia do projeto: “apresentar o grafite como uma alternativa de expressão. Uma forma que a sociedade entenda, diferente do que acontece na pichação”.