Messias Pontes – Todo apoio ao ministro do Trabalho

A conservadora imprensa brasileira não pára de tramar contra a democracia, o Brasil e os trabalhadores. Por se tratar de uma imprensa de classe, ela historicamente tem se posicionado contra os mais legítimos direitos t

Pela fúria dos ataques através de editoriais de alguns jornalões, dá para prever o que ainda virá contra o ministro do Trabalho. Tudo porque ele descartou qualquer possibilidade de “flexibilização” da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Tachado de atrasado, Carlos Lupi indagou: “qual o trabalhador que abre mão das férias de 30 dias com abono de 1/3? Quem abdica do 13º salário, do repouso semanal remunerado e da licença maternidade de 120 dias?”.


 


 


A posição da imprensa tucano-pefelista (demoníaca) hoje, contra os trabalhadores e o Brasil, é a mesma que, a serviço do imperialismo norte-americano e financiada pela Standard Oil nas décadas de 40 e 50 do século passado, combatiam o monopólio estatal do petróleo e afirmavam não existir petróleo em território brasileiro. Em seus editoriais afirmam que a CLT data de 1943, portanto velha e caduca, precisa ser modernizada para acompanhar os novos tempos.


 


 


 


Raro é o dia em que não se lê, ouve ou vê editoriais e “reportagens” afirmando que o desemprego crescente no País decorre da “rigidez das normas trabalhistas em vigor”, e que para combater a informalidade são necessárias a flexibilização, a desregulamentação e até mesmo a exclusão de leis que regulam as relações contratuais.


 


 


É bem verdade que a legislação trabalhista precisa se adequar aos novos tempos. Contudo isso não significa subtrair direitos conquistados ao longo dos anos com muita luta e determinação da classe trabalhadora. Pelo contrário, essa adequação deve significar novas conquistas e benefícios visando garantir a manutenção dos atuais postos de trabalho e o surgimento de novos para tirar do desemprego milhões de brasileiros.


 


 


Para demonstrar, pelo menos uma vez, a sincera vontade de ver crescer o número de postos de trabalho no País, basta os grandes veículos de comunicação, em especial a Rede Globo, usarem seus espaços editoriais e noticiosos para defender a imediata aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 393/2001, de autoria dos senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Paulo Paim (PT/RS ), que prevê a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais – sem redução de salários-, que foi desarquivada e já está tramitando no Congresso Nacional. No entanto, esses veículos, com relação a essa PEC, estão cegos, surdos e mudos.


 


 


De acordo com o senador do PCdoB, reduzir a jornada de trabalho, sem reduzir salários, produz um aumento da massa salarial e uma redistribuição de renda que vai aumentar a demanda interna, aumentar as vendas do comércio e, conseqüentemente, estimular a economia nacional e o desenvolvimento. Observa ainda Inácio Arruda que isso representará também um alívio para os cofres da Previdência Social, na medida em que mais trabalhadores estarão contribuindo para o INSS.  Pelos cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômico (Dieese), aproximadamente dois milhões de novos postos de trabalhos poderão ser gerados com a aprovação da PEC393/2001.


 


 


O último e contundente ataque aos direitos trabalhistas foi desferido pela TV Globo na última semana, através de seis reportagens sobre as relações de trabalho no País, conforme descreve com maestria o jornalista Altamiro Borges, em artigo publicado na segunda-feira 7, no Portal Vermelho (www.vermelho.org.br). Vale a pena acessar para ver como a família Marinho utiliza uma concessão pública para tentar manipular a opinião dos seus telespectadores.


 


 


Da mesma maneira que tudo fez para desgastar a imagem do então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, a Rede Globo (rádio, televisão e jornal) não medirá esforços não só para desgastar, mas principalmente desacreditar e, se possível, derrubar o líder pedetista que há pouco assumiu e declarou que, enquanto estiver à frente do Ministério do Trabalho, nenhuma reforma será feita para prejudicar o trabalhador brasileiro. Outros veículos da imprensa conservadora de todo o País, com certeza, farão coro com os Marinho. Por isso, todo apoio ao Ministro.


 


 


 


Messias Pontes é jornalista