Artigo: Rádio e televisão, uma concessão pública
No Brasil os meios de comunicação que depende de concessão pública tem sido, em diversas épocas, uma barganha de políticos em troca do seu apoio ao governo federal. Basta analisar todas as concessões de rádio e televisão do país para constatar
Publicado 29/05/2007 20:18 | Editado 04/03/2020 17:08
No Brasil a maioria das emissoras de televisão e de rádio pertence a um grupo político ou religioso, o ouvinte ou o telespectador que desligue ou escute os discursos dos donos, na maioria absoluta trazendo informações distorcidas. No Rio Grande do Norte essa situação é grave o cidadão não tem opção, todas as emissoras de rádio e televisão, pertencem a um grupo político ou religioso que transmite a sua verdade e pronto, o cidadão fica a mercê dessa espécie de jornalismo marrom.
Faz vergonha vê e ouvi os canais de televisão e de rádio, com raríssimas exceções, são assumidamente de direita, reacionários e fazem proselitismo político ou religioso. É uma falta de ética jornalística, usando um poder que é um dos mais sofisticados da atualidade, no caso, a televisão, para fazer proselitismo partidário.
Tenho a curiosidade em observa a postura de determinados jornalistas, verdadeiros agentes partidários, parece mais um cabo eleitoral, ou um extremista de direita jogando o seu ranço contra os adversários do seu padrão como se estivesse em um palanque em plena campanha eleitoral.
O danado é que eles pousam de bom moço: “são contra a censura, contra as ditaduras, anti-stalinista, se dizem defensores da liberdade de expressão”, mas, não usam isso, o palanque é só deles, não dão espaço aos contrários, quando atende um direito de resposta, colocam logo abaixo NR – Nota da Redação, que desfaz os esclarecimentos dados pelo ofendido, e pronto. O que fazer? São os donos da verdade, são os donos da mídia, são os construtores da engenharia do consenso, da opinião pública, são juizes que dão a sentença sem nenhuma analise das provas, fazem julgamentos sumários, fuzilam sem compaixão, são os donos das concessões que deveriam ser públicas respeitando o interesse coletivo e as normais constitucionais. São esses mesmos que bradam contra o presidente Chávez.
O jornalismo Alberto Dines, falando sobre a imprensa brasileira, o caso da revista Veja, disse, “uma parte expressiva da imprensa do nosso país exibe um espetáculo deprimente.” Faz-se necessário um maior controle dos meios de comunicação, principalmente a televisiva, a mídia é fundamental para a democracia, importante no processo de conscientização, agora, sem esse controle fica a sociedade nas ondas da informação mentirosa, distorcida, meia verdade, alienadora, instrumentalizada por grupos, se torna antidemocrática. Foi nesse sentido que o presidente Hugo Chávez não assinou a renovação da concessão da RCTV. Ela era uma emissora, que detinha o monopólio da informação na Venezuela e fazia desse monopólio um proselitismo contra o governo, contra os interesses do país, era uma emissora golpista.
Às vezes fico sem muita esperança no futuro quando vejo os noticiários, na maioria, pautados pela revista Veja e a TV Globo. Fico com pena dos ouvintes, dos telespectadores e dos leitores. Quanta desinformação, não por acaso, mas, milimetricamente estudadas, dentro da visão de que o povo acredita no que ver na televisão, ler nas revistas e jornais e ouve nas emissoras de rádio. É preciso mudar, jornalistas tipo Diogos Mainardis e as emissoras iguais a RCTV, precisam ser extirpadas, são maléficas, são perigosos para a democracia.
Antonio Capistrano é do Partido Comunista desde 1960, ex-reitor da Universidade Estadual do RN, ex-deputado estadual; ex-vice-prefeito de Mossoró; Dirigente Estadual do PCdoB/RN.