Cassação de Roriz pode valer até 2022; renúncia está pronta

Alvo de um processo disciplinar, o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) avalia neste momento não só as condições políticas mas também a própria idade antes de tomar qualquer decisão. Caso seu mandato seja cassado, Roriz ficaria inelegível por oito anos, a c

Essa punição praticamente inviabiliza a possibilidade de o senador enfrentar o julgamento por quebra de decoro, que poderia levar à cassação. Ciente do risco, o ex-governador do Distrito Federal, eleito senador no ano passado, já tem pronta uma carta de renúncia. Aliados dizem que abdicar de seu posto é só uma questão de tempo.


 


E o tempo é exatamente a variável que mais pesa nessa avaliação. Roriz completa 71 anos no próximo dia 4 de agosto. Uma cassação tão longa faria com que o peemedebista só pudesse voltar a concorrer aos 86. ''Se ele enfrentar o processo e for desfavorável, acaba a carreira política dele'', enfatizou o deputado Tadeu Filipelli (PMDB-DF), político muito ligado a Roriz.


 


Nesta quarta-feira (4), a Mesa Diretora do Senado acatou por unanimidade representação contra Roriz, dando início a um julgamento parlamentar por quebra de decoro. Pelo entendimento do colegiado, baseado em decisão anterior do Supremo Tribunal Federal (STF), o réu tem o direito de renunciar até que seja notificado pelo Conselho de Ética, instância competente para arbitrar o caso.


 


''Encaminhamos ao Conselho de Ética e caberá ao conselho fazer a notificação ao senador. Até esse momento, ele pode decidir se renuncia ou não'', afirmou a jornalistas o senador Efraim Morais (DEM-PB), integrante da Mesa Diretora. Após a decisão, mesmo tendo preparado uma carta de renúncia, Roriz respondeu com um lacônico ''não'' à pergunta de jornalistas se renunciaria ao mandato.


 


Novo pleito


 


Ele analisa, ainda, a possibilidade de uma renúncia em massa dele e se seus dois suplentes. Nesse caso, seria obrigatória a convocação de uma nova eleição. Muito popular no Distrito Federal, ele poderia voltar a disputar, com chances de ser reconduzido ao cargo.


 


O senador é acusado de ter combinado a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklin. Em sua defesa, Roriz afirma que se tratava de um empréstimo concedido por um empresário – e que ele teria ficado com R$ 300 mil, devolvendo o restante.