Depois de buraco, obra do Metrô tem “barbeiragem” em túneis

As obras da linha 4 – Amarela do Metrô continuam dando dor de cabeça para o governo estadual e causando muita preocupação para a população de São Paulo. O problema da vez foi um desalinhamento de 80 cm no encontro de dois túneis (Caxingui e Três Podere

Os túneis são escavados em frentes de trabalho distintas que se encontram num ponto determinado. Agora, será necessário realizar trabalho de readequação da obra. O Consórcio diz que não haverá atrasos no cronograma. Porém, ontem até o Metrô criticou em nota o erro, que seria “incompatível com o atual estágio da engenharia”.


 


O ex-presidente da Dersa, engenheiro Luiz Célio Bottura, teme que a topografia da obra esteja comprometida e considera que o acidente de janeiro pode ter ocorrido pelo mesmo problema. “O erro lá, em tese, pode ter sido também topográfico, na falta de detecção do rebaixamento do terreno”, disse à reportagem do Folha.


 


Para Wagner Gomes, presidente recém-eleito do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a sucessão de acidentes confirma o descaso do governo e ressalta os problemas que a categoria tem chamado atenção. “Isso só confirma as denúncias do sindicato e dos engenheiros que as obras da linha 4 estão sendo feitas por pessoas que não têm experiência em construir Metrô. Isso mostra a irresponsabilidade dos governos tucanos com o meio de transporte mais importante de São Paulo”, diz o sindicalista.


 


É o terceiro acidente que acontece este ano na construção da Linha Amarela, que ligará Luz à Vila Sônia. O primeiro e mais grave ocorreu em janeiro, quando uma cratera de 30 metros de diâmetro se abriu na estação Pinheiros, sugando carros, tratores e condenando construções do entorno. Sete pessoas morreram na ocasião.


 


No mês passado, enquanto o governo estadual demitia 61 trabalhadores após uma greve, outro buraco aparecia, dessa vez entre as ruas Mateus Grou e Morato Coelho. A linha 4 é questionada pela Sindicato dos Metroviários e por outras entidades da sociedade civil por ser considerada uma espécie de privatização do serviço, na qual o estado entra com a maior parte do investimento e dá à iniciativa privada a concessão para exploração.


 


Com agências