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Jornais dos EUA se assumem cada vez mais como elitizados

Dado da Associação Americana de Jornais: em 2006, conseguir um assinante novo custou, em média, US$ 68,  duas vezes mais do que em 2002. O valor inclui os descontos promocionais. Diante desse custo, do fato de que muitos americanos só usam o celular

Quem é que está ditando esse rumo? Os próprios anunciantes. Faz tempo que, em busca de cortar custos com publicidade e marketing, as empresas americanas deixaram de cair no conto das agências de publicidade. Às agências interessa concentrar os anúncios em poucos meios. Dá menos trabalho, o retorno é garantido e a comissão é a mesma.



No Brasil, muitos clientes embasbacados com a fama, a fortuna e o próprio ego, se deixam lograr. O executivo se sente importante quando vai jantar com a celebridade que é dona da agência na casa do Luciano Huck. A foto dele sai na Caras. Além do mais, não tem o acionista no pé cobrando resultado nos mínimos detalhes.



Esse jeito provinciano de fazer negócio já era, mesmo em Tulsa, Oklahoma. Uma empresa americana jamais gastaria R$ 10 mil fazendo propaganda na Globo e na “Veja” se pudesse obter o mesmo resultado gastando R$ 9 mil na Globo e na internet. Conhece americano que rasga dinheiro? Brasileiro eu conheço um: aquele cara da Philips.



Encurtando a história, os anunciantes foram aos executivos de jornais e disseram mais ou menos o seguinte: eu vou encartar o meu anúncio na sua edição de domingo, mas só quero que ele circule nos jornais distribuídos num raio de dez quilômetros de minha loja, ou em certos códigos postais (o Upper East Side, de Manhattan, por exemplo, que é retorno garantido).



Mais um incentivo para que as editoras se concentrassem nas regiões “nobres”, onde a entrega justifica o que se gasta para levar o jornal até lá. Em relação a 2000, a circulação dos grandes jornais americanos caiu cerca de 10%. Segundo Richard Perez-Peña, do New York Times, o jornal que mais “radicalizou” foi o Dallas Morning News, do Texas, que simplesmente desistiu de aceitar assinantes que moram a mais de 150 quilômetros da cidade. A tiragem do jornal já caiu 15%.



* Texto extraído do Blog do Azenha