Publicado 18/10/2007 15:45 | Editado 04/03/2020 17:19
Os trabalhadores do sistema bancário brasileiro estão encerrando a Campanha Salarial. E por certo, a categoria aprovou as propostas mas com as devidas ressalvas. Como se sabe, banco é uma das atividades econômicas mais rentáveis. No entanto, as campanhas salariais demandam muita disposição e demonstração de unidade por parte dos trabalhadores, pois os banqueiros são muito radicais e dificultam as negociações.
A situação dessa categoria merece algumas considerações. Em primeiro lugar, é um segmento econômico que em todo o mundo apresenta resultados positivos. No Brasil não é diferente. Mas há outro ponto a ser ressaltado. A categoria passa por grandes reformulações, com a implementação de tecnologias avançadas que têm reflexos nos serviços prestados. E por conseqüência um número significativo de postos de trabalho estão sendo extintos. Também deve se considerar que a terceirização está presente e em grande número de funções nas atividades bancárias. É também a ocupação de vagas e, o que é mais grave, os terceirizados não pertencem à categoria bancária. Consequentemente prejudicam a luta, na medida em que são representados por outros sindicatos e até agora não houve avanço no sentido de unificar as lutas, principalmente no que se refere à salários.
A exemplo de muitas categorias de trabalhadores, a atual estrutura sindical prejudica em muito a organização dos bancários. Em algumas regiões há dezenas de agências bancárias, mas o número de diretores sindicais é insuficiente. Há muitas agências que não contam com nenhum representante sindical, dentro das limitações impostas pela legislação.
Como se vê, há uma somatória de questões que em nada facilitam as lutas dessa importante categoria. Mesmo assim os trabalhadores bancários conseguiram importantes mobilizações e alguns avanços nos ganhos econômicos e sociais.
Ao avaliar os resultados e as dificuldades de encaminhar as lutas, os bancários por certo vão discutir algumas formas de mudar esse quadro. A unificação das lutas de todas as categorias que exercem alguma função nos bancos, como as funções diferenciadas ou os terceirizados, é um dos pontos. E por certo, pode melhorar o quadro e mostrar aos “donos do dinheiro” que precisam ser mais sensíveis às reivindicações daqueles que contribuem efetivamente para que os bancos ocupem o espaço de destaque que todos conhecem. Mesmo porque patrão só ouve o trabalhador quando seu estabelecimento está em silêncio, com os trabalhadores em greve.
(*) Coordenador da CSC na Baixada Santista