Syngenta: deputados pressionam Justiça contra crimes ao MST
Diante do assassinato de pelo menos um militante da Via Campesina, promovido por uma milícia particular da multinacional Syngenta da região oeste do Paraná, ocorrido no domingo (21), o deputado Adão Pretto (PT-RS), do Núcleo Agrário do PT, o deputado Dr R
Publicado 25/10/2007 16:51
Genro requisitou o relatório da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que relata os casos de milícias privadas no Paraná, e pediu a formulação de uma denúncia oficial para que o ministério tome as providências cabíveis. “Ele ainda prometeu disponibilizar a Polícia Federal para o caso”, relatou o deputado gaúcho Adão Pretto.
No último domingo (21), o militante da Via Campesina, Valmir Mota, conhecido como Keno, foi executado a queima roupa com dois tiros no peito. Outros seis trabalhadores ficaram gravemente feridos durante um ataque de uma milícia com cerca de 40 pistoleiros ao acampamento do campo de experimento da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste (PR). No confronto, um dos seguranças também morreu.
Para o deputado federal Adão Pretto (PT/RS), o assassinato de keno foi uma afronta aos parlamentares que, no último dia 18 de outubro, participaram de audiências públicas em Curitiba, que denunciaram a ação de milícias armadas contratadas pelos ruralistas paranaenses.
“Estivemos em três audiências representando a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e lá eles já afirmaram que iam contratar seguranças para promover o despejo dos militantes que ocuparem as áreas improdutivas do Paraná”, disse.
Marcha do MST
Os parlamentares pediram também a interseção junto ao secretário de segurança do Estado do Rio Grande do Sul sobre o interdito proibitório impetrado pela juíza da 2ª Vara Cível de Carazinho, Marlene Marlei de Souza, que não permite o prosseguimento da Marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra-RS (MST) até a Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul.
Quanto à marcha do MST no Rio Grande do Sul, Genro fará contato com o secretário de segurança do Estado para que se controle as ações da Brigada Militar, evitando confrontos com os trabalhadores marchantes. Desde o inicio de setembro, o MST marcha em direção à fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul.
A marcha foi dividida em três colunas que partiram de Canoas, região de Missões e região Sul do Estado. O objetivo é denunciar o atraso da realização de uma Reforma Agrária no estado, em função do grande plantio de eucalipto para produzir celulose para exportação. Hoje a projeção das transnacionais é plantar um milhão de eucaliptos, o que daria para assentar 43 mil famílias comprometidas com a agricultura familiar e sustentável.
Mais violência
No entanto, conflitos já acontecem devido à truculência do latifúndio que não aceita que os manifestantes declarem seus protestos. Na madrugada do dia 19 de setembro, em Bagé, os fazendeiros jogaram pedras e foguetes no salão da Sede Campestre do Clube Recreativo, onde cerca de 500 Sem Terra estavam alojados.
O telhado de zinco ficou danificado. No dia anterior, as famílias contam que os ruralistas cortaram a luz elétrica do salão e ameaçaram dois funcionários do município que tentaram consertar o estrago. Um frei capuchinho que acompanha a marcha também foi ameaçado e teve os pneus de seu carro cortados.
Agora o MST enfrenta uma ação de interdito proibitório feito pela juíza Marlene Marlei, da Comarca de Carazinho, que impede que a marcha adentre na Comarca que ela representa (a fazenda Coqueiros está inclusa).
Na segunda-feira (22), uma comitiva de parlamentares e apoiadores da reforma agrária, entre eles Adão Pretto, foram pedir à magistrada que permitisse a passagem dos Sem Terra, que estão em seu direito de reivindicar. No entanto, a juíza manteve a decisão do interdito.
Mesmo com a ação da juíza de Carazinho, o MST ainda vai persistir em sua marcha por considerar que tem “direito de reivindicar justiça social e uma vida digna às famílias sem terra. Direito este que é garantido inclusive pela nossa legislação”.
Fonte: Assessoria do deputado federal Adão Pretto (PT-RS)