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Para lembrar Keno, Via Campesina e MST ocupam Syngenta em SP

Ao menos 400 trabalhadores rurais da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam nesta segunda (10) a unidade de produção de agrotóxicos da Syngenta Seeds LTDA, uma das líderes mundiais na área de agribusiness, localizad

O protesto faz parte da campanha ''Syngenta Fora do Brasil'', lançada após a morte de Valmir Mota de Oliveira, o Keno, em Santa Tereza do Oeste, no Paraná, em outubro. Keno estava entre as 200 famílias que ocuparam a estação de pesquisa da empresa no Paraná e enfrentaram seguranças que tentaram fazer a desocupação da área.


 


''A ocupação em Paulínia não teve reação violenta. Estamos fazendo hoje um movimento nacional em protesto contra a morte do Keno'', disse Cláudia Praxedes, uma das coordenadoras estaduais do MST, em Paulínia.


 


A Syngenta informou, por meio de nota divulgada pela assessoria, que não teve participação no incidente de 21 de outubro, após a invasão da propriedade por membros da Via Campesina e do MST. A empresa registrou Boletim de Ocorrência em Cascavél quatro horas antes do incidente e a empresa de vigilância contratada pela Syngenta teria sido orientada, segundo o comunicado, a deixar a propriedade.


 


O contrato entre a empresa suíça e a de segurança trazia previsão de vigilância não-armada. A Syngenta informou ainda que, no momento do conflito no Paraná, não havia funcionários da empresa no local.


 


No entanto, a polícia investiga a possibilidade de que a milícia armada que atacou violentamente o acampamaneto tenha sido constituída pela Syngenta.


 


Paraíba também lembra Keno
 


O MST e a Via Campesina realizaram uma série de mobilizações em quatro municípios da Paraíba, na manhã desta segunda-feira (10), dentro da campanha “Syngenta Fora do Brasil”, lançada com o assassinato de Valmir Mota de Oliveira, o Keno, por uma milícia armada, em Santa Tereza do Oeste, no Paraná, em 21 de outubro.
 


No município de Sapé, foi fechada a  BR-230, na altura do café do vento, com 500 pessoas. Em João Pessoa, aconteceu uma mobilização na avenida D. Pedro II com 200 pessoas. Em Campina Grande, na região da Borborema, houve uma planfletagem e uma passeata com 200 pessoas. Em Patos, no médio sertão, 300 pessoas entregaram materiais sobre a morte de Keno.
 


Na semana passada, a Justiça Federal do Estado do Paraná julgou ilegais as atividades desenvolvidas pela Syngenta no extremo oeste do estado, como denuncia a Via Campesina desde a primeira ocupação, em março do ano de 2006.
 


A decisão obriga a empresa a pagar multa de R$ 1 milhão, como determinou o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), pela realização de experimentos transgênicos na zona de amortecimento de 10 km da área do entorno do Parque Nacional do Iguaçu, no ano passado.


 


Até agora, nove seguranças privados e o proprietário da NF Segurança, Nerci Freitas, foram responsabilizados no inquérito policial sobre a tentativa de expulsão sem autorização judicial de 200 famílias que tinham ocupado laboratório de experimentos ilegais da empresa suíça.


 


Atualizado às 18h40min.