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Letícia Sabatella chora e critica governo pela transposição

A atriz Letícia Sabatella, representantes da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), integrantes do PSOL e outras entidades fizeram um protesto nesta quarta-feira (19) na Praça dos Três Pode

Sabatella criticou a atuação do governo na negociação com os movimentos contrários às obras de transposição do São Francisco.


 


“Por que o governo se apega a esse modelo emergente a tão apegado ao lucro?”, questionou ela, afirmando que a maior parte da água da transposição será utilizada para fins industriais e não para beneficiar a população.


 


“Dom Cappio tem firmeza e coerência. Um ser humano não pode ser valorado por esses valores mercadológicos”, disse.


 


Para a atriz, o governo toma decisões de cima para baixo sem consultar os verdadeiros afetados pelas obras.


 


“O governo não tem se mostrado democrático. As decisões têm vindo de cima para baixo”, argumentou.


 


MST e PSOL


 


O MST se juntou à atriz nas críticas ao governo. “É um momento muito complexo da política. A cada dia o povo brasileiro perde mais soberania. É um projeto autoritário, que não discute com a população”, afirmou Marina dos Santos, da direção-geral do MST.


 


Após a manifestação, eles deram uma espécie de “abraço simbólico” no prédio do STF. Os manifestantes defenderam a lista com as oito propostas feitas por Dom Cappio como condições para o fim da sua greve de fome que já duram 23 dias.


 


Na relação estão a suspensão das obras no rio, a retirada do exército do local, o uso de tecnologia para beneficiar a população ribeirinha, a revitalização do São Francisco com o compromisso de preservar o meio ambiente.


 


A presidente nacional do PSOL, a ex-senadora Heloisa Helena, e os deputados federais do partido Luciana Genro (RS) e Chico Alencar (RJ) apoiaram o protesto. Nesta quinta-feira (20), vários parlamentares do PSOL prestarão solidariedade a Dom Cappio com uma campanha de doação de sangue no Hemocentro de Brasília.


 


“É a doação de sangue contra a transposição e a anemia do rio São Francisco” , afirmou o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar.


 


Obras abertas


 


Dom Cappio já estava disposto a encerrar seu jejum nesta quarta-feira (19) caso o STF (Supremo Tribunal Federal) atendesse ao pedido de suspensão das obras apresentado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza.


 


O grupo que acompanha Dom Cappio avaliava que uma decisão contrária à obra permitiria uma saída honrosa para o impasse já que não traria desgaste a nenhuma das partes.


 


Segundo fontes da Folha de S. Paulo, o bispo já está muito debilitado e ansioso pelo fim do jejum, ele gostaria de se apegar a uma decisão judicial a ter de ceder nas negociações. Porém, com a decisão desta quarta-feira do STF de manter a obras as esperanças de que o protesto chegue ao fim se diluíram.


 


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