Servidores da TVE e FM Cultura temem por descaracterização do órgão
O processo de mudanças que o governo do Estado espera realizar na Fundação Cultura Piratini, composto pela TVE e pela Radio FM Cultura, é visto com cautela pelos funcionários do órgão. Segundo Alexandre Leboutte da Fonseca, representante dos servidores
Publicado 08/04/2008 10:43 | Editado 04/03/2020 17:11
Atualmente, a TVE conta com 180 servidores no quadro geral, sem contar os cargos em comissão. Desse total, 30 têm estabilidade, conquistada com a mudança na legislação, e os outros funcionários estão no regime celetista. Outro receio dos atuais servidores é em relação às condições de trabalho, que poderiam vir a ser prejudicas com a possível mudanças na estrutura e na programação dos dois veículos. 'Queremos melhores condições sem a desconfiguração do órgão', disse Alexandre.
Segundo informações do governo, a Fundação Cultural Piratini, composta pela TVE e FM Cultura, passará por profundas mudanças nos próximos meses. As alterações na emissora de televisão oficial do governo do Estado, que foi inaugurada em 1974, passam pela votação do projeto de lei que cria a Secretaria-Geral de Governo, comandada hoje por Delson Martini.
A proposta começa a trancar a pauta da Assembléia Legislativa amanhã e prevê que a fundação deixará de ser coordenada pela Secretaria de Cultura, como ocorre atualmente, passando a ser vinculada à nova pasta.
Se isso acontecer, o governo estadual terá condições de realizar as alterações pretendidas, evitando os embates internos, já que na Secretaria de Cultura as mudanças no órgão são vistas com restrições.
Demissões à vista
Os dois principais focos previstos para a reestruturação da TVE e FM Cultura são a redução da atual estrutura e do número de funcionários. O levantamento está sendo elaborado por um grupo de trabalho que foi instituído por decreto pela governadora Yeda Crusius, no dia 6 de março deste ano. Integram a comissão representantes de vários órgãos, inclusive do gabinete da governadora e da Secretaria Extraordinária da Comunicação Social.
De acordo com o decreto, o trabalho do grupo deveria durar 45 dias, prazo que encerrará na semana que vem. No entanto, efetivamente, a comissão ainda não foi composta na sua integralidade e o governo do Estado evita falar em nomes.
Assim, a data da apresentação dos resultados deverá ser prolongada, segundo a secretária de Cultura, Mônica Leal. Para ela, a transferência de controle da fundação auxiliará no processo de transformação do órgão. 'A idéia não é desmontar a instituição, mas fortalecê-la', avaliou, apesar de desconhecer os integrantes do grupo que estuda o futuro da TVE e da FM Cultura.
Mesmo sem que os trabalhos do grupo tenham se iniciado, o estudo está pronto e terá como base um raio-x realizado por uma equipe no ano passado.
O levantamento detalhou o quadro de funcionários e a estrutura do órgão. Uma das indicações apontadas é a troca da sede.
Como o prédio do INSS é alugado pelo governo do Estado, a idéia é transferir a instituição para um local mais compacto. Para isso, já foram sondados locais que poderiam abrigar a emissora.
Na mesma linha, o número de funcionários também viria a ser reduzido, de acordo com a nova realidade do órgão. A expectativa do governo é diminuir o atual orçamento da instituição, fixado em de R$ 15,5 milhões em 2008.
Da redação
com informações C POVO