Sem categoria

Brasil pede justiça por morte de sindicalistas na Colômbia

Nesta terça-feira (8), as entidades sindicais brasileiras ligadas a a recém-formada Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), como a CUT, a UGT, Força Sindical, UNI, Sindicato Global e Coordenadora das Centrais Sindicais

A manifestação em solidariedade às vítimas das ações anti-sindicais e contra a negligência do governo Álvaro Uribe teve início às 11h, em frente ao Consulado Geral da Colômbia.


 


No congresso de formação da CSA foi firmado o apoio à causa colombiana e a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), juntamente com a União Nacional dos Empregados Bancários da Colômbia (Uneb), elaboraram uma carta de repúdio ao crecente número de assassinatos de dirigentes sindicais no país.


 


Durante o ato, esta carta e um dossiê produzido pela Uneb foram entregues ao cônsul colombiano, Mauricio Acero Montejo, para expressar a indignação diante da impunidade do assassinato de muitos companheiros, inclusive do bancário Leonidas Gómez Rozo. Leonidas era dirigente Uneb e foi covardemente assassinado no último dia 8 de março.


 


Por todo o continente latino-americano também serão realizadas manifestações para denunciar o desrespeito do governo de Uribe perante a classe trabalhadora e o assassinato de mais de 400 dirigentes apenas em seu mandato- mortes que estão ligadas à grupos paramilitares da Colômbia, os quais não encontram nenhuma resistência por parte do governo financiado pelos EUA; os grupos continuam agindo livremente e acabam com milhares de vidas.


 


Impunidade legal


 


Enquanto a mídia tem como foco apenas as Farcs, mais de 2.500 líderes sindicais já foram assassinados desde 1985 pelos paramilitares, segundo missão realizada pela UNI Sindicato Global após a morte de Leônidas.


 


Além de tantos assassinatos, as convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) continuam sendo ignoradas e os trabalhadores do país não tem nem ao menos os seus direitos básicos respeitados.


 


A impunidade legal e as práticas anti-sindicais das empresas são freqüentes, em especial das multinacionais estrangeiras que tornam a atividade sindical cada vez mais arriscada, mantendo os trabalhadores sem a menor proteção legal.


 


Contra a impunidade


 


Desde de março de 2007, o país está vivendo uma nova crise política pelo descobrimento de uma rede de corrupção e favores políticos que afetam algumas instituições do Estado, numa aliança entre o clientelismo tradicional, as máfias de narcotraficantes e os grupos paramilitares. 51 congressistas (senadores e deputados) estão vinculados a este fenômeno que chamam de “parapolítica”. Alguns deles atualmente estão presos.


 


Estes fatos hoje são públicos graças à persistência dos movimentos sociais em exigir verdade, justiça e reparação de danos para as vítimas e para as próprias entidades por esses crimes que vêm ocorrendo há décadas. Por esse mesmo motivo os riscos de morte dos denunciantes têm aumentado significativamente.


 


A Colômbia tem uma longa e terrível história de assassinato de dirigentes sindicais e um histórico muito pobre quando se trata de levar os culpados a justiça. Dos 2.515 casos denunciados, 98% ainda não foram solucionados e seus motivos esclarecidos judicialmente. A única maneira de superar esta impunidade é acabar com que estes tipos de crimes no país. O Estado colombiano tem sofrido forte e justas criticas nacionais e internacionais pelo seu não cumprimento da garantia ao direito de justiça. Está provado não ser suficiente entregar coletes a prova de balas e veículos blindados para proteger a vida. São necessários uma política muito mais efetiva e real compromisso no combate à impunidade.


 


Manifeste-se


 


Para apoiar os trabalhadores colombianos nessa luta a favor do sindicalsimo e contra a impunidade do governo Uribe, é possível protestar através da internet, deixando mensagens para o presidente da Colômbia:


 


http://syscopre.presidencia.gov.co/publico/frmCiudadano.aspx


 


ou através do portal do governo:


 


http://web.presidencia.gov.co


 


Consulado Geral da Colômbia


Endereço:  Rua Tenente Negrão, 140-9o andar- Cj. 92
São Paulo -SP