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Sem Dilma, oposição perde interesse na CPMI dos cartões

O depoimento da ex-ministra da Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, na CPMI dos Cartões, nesta quarta-feira (9), não atraiu o interesse da oposição. O plenário foi ocupado pela maioria de parlamentares do PT, em solidariedade à ex-ministra. A

A oposição não conseguiu o seu intento de convocar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, o que tem tentado em outras instâncias da Casa, como na Comissão de Infra-estrutura, onde foi aprovado requerimento de convocação da Ministra, na Comissão de Constituição e Justiça, e agora também na CPI dos cartões exclusiva do Senado.



O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Marco Maciel (DEM-PE), encerrou a sessão da comissão, nesta quarta-feira, sem votar o requerimento de convocação da ministra Dilma Rousseff, para falar sobre o suposto dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O requerimento, de autoria do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), era o 16º item da pauta. Nova reunião da comissão está prevista para a próxima quarta-feira (16).



Para Marisa Serrano, “não temos mais o que dizer ou investigar aqui”, declarou. A CPI tem marcados três depoimentos para esta quinta-feira (10) e 72 caixas de documentos com informações não-sigilosas sobre cartões corporativos de ministérios. A comissão colocou na internet a relação dos documentos recebidos de órgãos do Executivo.



“Todos os dados que chegaram a esta CPMI não são sigilosos. Por isso, determinei que sejam colocados na internet para que a sociedade tenha acesso”, disse a presidente da comissão.



Sigilo necessário



Em mais um dia de depoimentos, CPMI ouviu o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda. Ele confirmou as palavras do ministro de Segurança Institucional, Jorge Félix, que, no depoimento de ontem, disse que o sigilo dos gastos da Presidência da República é necessário para a segurança do presidente.



Segundo Lacerda, o melhor é que sejam mantidos os atuais procedimentos, já que o presidente, o vice-presidente e seus familiares não podem estar expostos a situações de ameaça.



Fato isolado



Depois de Paulo Lacerda, foi a vez de Matilde Ribeiro. A ex-ministra reafirmou que o uso do cartão para compras em um free shop foi um fato isolado, decorrente de um engano causado pela troca de cartões. O engano ocorreu, segundo ela, porque o seu cartão pessoal tem a mesma cor e bandeira do cartão corporativo. A ex-ministra afirmou que o erro foi identificado pela secretaria e que ela devolveu o dinheiro aos cofres públicos, no valor de R$ 461,16.



Matilde ressaltou que, com exceção desse erro, usou o cartão corporativo apenas em atividades da agenda de trabalho. Em 2007, ela fez cinco viagens internacionais e apenas em uma delas ocorreu esse engano.



A ex-ministra disse que o cartão corporativo era utilizado após o horário de trabalho, à noite e nos fins de semana porque o trabalho da secretaria incluía reuniões com integrantes de movimentos sociais fora do horário comercial. E que todos os gastos se referem a locação de veículos, hospedagem e alimentação.



Matilde Ribeiro disse que a sua decisão de deixar o cargo teve como objetivo garantir a continuidade dos trabalhos da secretaria. Ela ressaltou que a devolução de valores gastos com o cartão, feita por orientação da Controladoria-Geral da União (CGU), não implica reconhecimento de culpa, mas apenas a intenção de tornar o processo transparente.



De Brasília
Com agências