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Oposição X governo: batalha se transfere para CPI no Senado

O esvaziamento da CPMI dos Cartões Corporativos pela oposição faz parte da estratégia dos demos e tucanos para concentrar a disputa política contra o governo na CPI dos cartões que foi criada nesta terça-feira (8) no Senado. A estratégia dos gover

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), argumenta que a oposição “quebrou o acordo” firmado com os governistas, que cederam ao PSDB a vaga de presidente da CPI mista dos Cartões, composta por representantes das duas Casas, Senado e Câmara dos Deputados. A comissão mista, presidida pela senadora tucana Marisa Serrano (MS), foi instalada no dia 11 de março.



“Nós defendemos a partilha de cargos da CPMI no Congresso exatamente para construir um entendimento. Se esse entendimento acaba, não temos nenhum outro compromisso com a oposição”, disse Jucá. Segundo ele, os cargos deverão ficar com o PMDB e com o PT, que serão os dois maiores partidos com representação na nova CPI.



No Senado, a história se repete. Como na formação da CPMI, a oposição quer uma das vagas, mesmo sem ter direito porque a composição das comissões obedece o critério de maiores bancadas. O líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), disse que a oposição terá “uma reação espartana” a qualquer tentativa dos governistas em retirar dos tucanos e do DEM o direito de indicar um dos cargos.



Sem tranquilidade


 
No dia seguinte à intalação da comissão, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), lamentou a criação de mais uma CPI. “Qualquer pessoa de bom senso haverá de chegar a conclusão que uma CPI precisa ter tranquilidade para apurar a verdade. E duas CPIs sem tranquilidade, sem compreensão dos verdadeiros deveres de uma operação, faço pouca fé nesse trabalho”, disse.



Para Garibaldi, a briga entre governo e oposição pelos principais cargos é uma divergência anunciada. “Uma apuração dessas não pode ser tratada dessa maneira”, concluiu.



A líder do bloco governista e do PT, Ideli Salvatti (SC), disse que a nova comissão será “um videoteipe de filme ruim”, se comparada a CPMI que já investiga o assunto. E garantiu as duas posições – presidência e relatoria para a bancada governista.



“Não tenho nenhum dúvida de que ficaremos com os dois cargos, até porque, na CPI mista, negociamos com eles (oposição) o compartilhamento, e eles não se deram por satisfeitos. Eles querem ser minoria e mandar. Isso não existe”, afirmou Ideli.


 
Sem compromisso



Também o líder do governo, Romero Jucá, disse que os governistas não têm mais qualquer compromisso com a oposição, uma vez que PSDB e DEM romperam o acordo de compartilhar os cargos na CPMI desde que não se instalasse a CPI do Senado.
 


Diante do fato consumado de que a base aliada tem maioria na CPI dos Cartões no Senado, a oposição já anuncia que vai recorrer a todos os mecanismos regimentais para fazer prevalecer a sua vontade. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), disse que “é um direito deles. Vamos para o voto, mas, depois, que arquem com as consequências”.
 


Uma das decisões já tomadas é recorrer ao Plenário do Senado da decisão sobre todos os requerimentos rejeitados na CPI. “É um direito regimental nosso”, afirmou Arthur Virgílio.



De Brasília
Com agências