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Presidente do CMP destaca participação e combatividade em Caracas

O evento do Conselho Mundial da Paz (CMP) na Venezuela, na verdade uma Assembléia e uma Conferência da entidade fundada em 1950, está causando “uma impressão muito boa” no cubano Orlando Fundora, 82 anos, que presidiu o CMP nos últimos quatro anos. Nesta

“Nunca tivemos uma participação tão grande como esta no Conselho Mundial da Paz. Só quando havia o mundo socialista, mas naquela época era fácil. E há aqui muita combatividade. Muito boa esta reunião”, avaliou o dirigente cubano para o Vermelho.



América Latina impulsiona renascimento



Fundora é, com Fidel Castro, um dos fundadores do Movimento 26 de Julho, iniciador da guerrilha na Sierra Maestra que levou a Revolução Cubana ao triunfo. Antes, dirigiu uma histórica greve geral dos bancários cubanos. Por seis vezes foi preso pela ditadura de Batista. Também fundou a Rádio Havana e a agência de notícias Prensa Latina. Nos últimos quatro anos, percorreu o planeta engajado na luta pela paz. Eram, porém, tempos difíceis. Para muitos delegados veteranos a reunião de Caracas – proclamada “capital mundial da paz e da luta antiimperialista – representa um renascimento do CMP.



A explicação para o renascimento reside em grande medida nos movimentos políticos em ascenso na América Latina, o “Continente Rebelde”, como se repete no evento na Venezuela bolivariana. Isto se evidencia na própria organização do evento, patrocinada pelo governo Hugo Chávez em um complexo de hotéis e auditórios de Caracas. Expressa-se igualmente na excepcional presença latino-americana entre os perto de 400 delegados.



Cinco blocos regionais



Os encontros regionais do CMP, nesta quinta-feira, foram organizados conforme a tradição da entidade mundial, em cinco blocos: América (compreendendo a América do Sul, América Central e Caribe, América do Norte), Europa. Ásia e Oceania; Oriente Médio, e África.


 


A reunião mais numerosa foi nitidamente a das Américas, graças sobretudo a numerosas representações latino-americanas. O Brasil compareceu a Caracas com 65 delegados (os últimos chegaram na quinta-feira, vindos de Brasília e do Ceará). A Bolívia, membro-fundador do CMP, mas cujo movimento estava desarticulado, reatou seus laços com o movimento. Destaques também para o México, que tem antiga tradição no movimento, e para a Argentina, notável pelo caráter de massas de seus movimentos de solidariedade internacional.



Os encontros regionais seguiram a mesma pauta, com informes das atividades das entidades de cada país, comentários sobre as propostas da direção do CMP, eleição de vice-presidências regionais e de um Conselho Regional com dez membros. Nas conclusões, manifestou-se uma grande unidade; nos discursos, pesa ainda um certo formalismo. Observadores dos movimentos internacionais apontam aí uma herança do passado, que outras entidades, como a Federação Mundial da Juventude, já renovaram em maior medida.



De Caracas, Bernardo Joffily