Pochmann: Aumento do juro pode interromper o ciclo de crescimento
“A melhor política de combate à inflação de demanda é justamente a ampliação dos investimentos que permita a capacidade de produção do país crescer, inclusive em condições suficientes para atender a demanda interna”, afirmou Márcio Pochmann, presid
Publicado 11/04/2008 20:16
“É claro que podemos ter alguns setores que estão mais pressionados por demanda e podem haver alguns gargalos, o que é natural em toda economia que começa a crescer a taxas importantes. Como foi o Brasil no ano passado e provavelmente será neste ano”, disse Pochmann.
“Agora, os gargalos, que são poucos e pontuais, devem ser enfrentados com medidas voltadas basicamente para a ampliação da importação; podem ser enfrentados com a redução do crédito localizado aos setores e não com a elevação da taxa de juros, que significa um corte do consumo de forma horizontal, pois a elevação dos juros atua sobre todo o consumo, e significaria, inclusive, a possível interrupção do ciclo de investimentos. Porque, se os juros sobem, o investimento produtivo deixa de ser atrativo, fazendo com que se alimente ainda mais a cadeia da financeirização do país”.
Quanto à política de juros do BC, o presidente do Ipea considerou que “nós estamos transitando de uma convergência política basicamente assentada na estabilidade monetária para uma convergência em torno do desenvolvimento nacional: de um lado, a postura do Banco Central que reflete um antigo compromisso em torno da estrita estabilidade monetária, e, do outro lado, talvez a maior parte do governo Lula comprometida com a temática do desenvolvimento do país”.
CUT (www.cut.org.br)