Novo governo do Paquistão negocia paz com Talibã
O novo governo do Paquistão prepara um projeto de acordo de paz com os talibãs, muito ativos nas zonas tribais do noroeste do país e responsáveis por uma onda de mortíferos atentados. O Partido do Povo Paquistanês, de Benazir Bhutto, vencedor da eleição l
Publicado 23/04/2008 15:28
“Progredimos muito rapidamente rumo a um acordo de paz com o Movimento dos Talibãs do Paquistão”, estabelecendo que “as duas partes não entrarão mais em combate, os militares se retirarão de certas zonas e os combatentes islâmicos cessarão de atacar o exército”, disse a fonte.
O Movimento dos Talibãs do Paquistão é dirigido pelo chefe Baitullah Mehsud, subordinado à Al Qaeda e suspeito em particular de ter sigo o instigador do atentado que custou a vida da ex-primeira ministra Benazir Bhutto, em 27 de dezembro.
O principal porta-voz desse movimento, o maulvi (título honorífico sunita) Omar, confirmou qye “negociações com o governo estão em curso”. Ele disse “esperar um anúncio positivo dentro de alguns dias”.
EUA não gostam e estão “inquietos”
O novo governo paquistanês pretende reverter a estratégia de ofensiva militar que o presidente Pervez Musharraf vinha privilegiando nos últimos tempo, enquanto um dos aliados-chave de Washington na “Guerra contra o Terrorismo”. Islamabad espera prolongar desta forma a relativa trégua que o país conhece desde as eleições legislativas, após uma onda de atentados-suicidas que fez mais de 1.070 mortos em 15 meses.
O governo de Washington, principal fornecedor de recursos e armas ao Paquistão, reagiu declarando-se “inquieto” com um possível acordo entre o Paquistão e os talibãs. “Nós encorajamos [as autoridades paquistanesas] a continuar combatendo os terroristas e não perturbar nenhuma operação de segurança ou militar que esteja em curso”, declarou um porta-voz da Casa Branca.
A União Européia, principal parceira comercial do Paquistão, já havia feito observar na terça-feira (21), por meio de seu principal diplomata, Javier Solana, que também não vai tolerar negociações com os “membros da rede” Al Qaeda.
Fonte: http://www.lemonde.fr