Trabalhadores de Maracanaú pedem redução da jornada
Cerca de 50 trabalhadores, de diferentes centrais sindicais, se uniram em prol da Campanha Nacional pela redução da jornada de trabalho para 40 horas.
A passeata buscou sensibilizar a população, além de pressionar para que seja votada a emenda que muda
Publicado 24/04/2008 10:55 | Editado 04/03/2020 16:36
A regra era chamar atenção. Com blusas laranjas, bandeiras erguidas e apitos, cerca de 50 trabalhadores, segundo a organização, participaram do lançamento da Campanha Nacional pela Redução da Jornada de Trabalho, ontem à tarde, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza.
Com início na Praça da Estação Ferroviária, os manifestantes seguiram em passeata até a Avenida 5, em frente ao Maracanaú Shopping Center. A manifestação foi organizada pela Força Sindical do Estado do Ceará, Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil no Ceará (CTB) e Central Única dos Trabalhadores no Estado do Ceará (CUT-CE).
Segundo Marta Brandão, coordenadora da CTB no Estado, o movimento já havia sido lançado em março último, em Fortaleza. A intenção, conforme explicou, é sensibilizar a população e chamar atenção para a luta da categoria em prol da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Isso, contudo, sem haver a redução nos salários.
“Maracanaú concentra uma grande quantidade de fábricas. Com a redução, serão criados mais de 2 milhões de postos de trabalho com carteira assinada em todo o Brasil. Só com mais empregos, o País poderá crescer”, comenta Marta.
De acordo com José Fernandes de Lima, presidente da Força Sindical no Ceará, que congrega 46 sindicatos no Estado e representa 60 mil trabalhadores, “os sindicatos estão todos engajados”. Como detalhou Lima, a campanha nacional busca arrecadar 1,5 milhão de assinaturas para encaminhar ao Congresso Nacional, no dia 28 de maio próximo.
Com o documento, as centrais pretendem pressionar o Congresso Nacional para que seja votada a proposta da emenda constitucional 393 de 2001, de autoria dos senadores Inácio Arruda (PC do B) e Paulo Paim (PT), que estabelece a redução da carga horária.
Para Raimundo Muniz Mendes, secretário de Políticas Sociais da CUT-CE, a mudança na jornada contribuirá, ainda, a qualidade de vida dos trabalhadores. Afinal, com 40 horas, os operários poderão se qualificar, além de dispor de mais tempo de lazer com a família.
Fonte: Diário do Nordeste