Impressões de um cabeça chata em Cuba – I

O Presidente do Sindicato dos Petroleiros do Ceará, Orismar Holanda, encontra-se em Cuba participando de um curso para sindicalistas da América Latina, além de apresentar um trabalho acadêmico referente ao mundo do petróleo. A convite do Vermelh

Cuba é um país impressionante, com todas as dificuldades vividas nesses 49 anos da Revolução, impostas pelo bloqueio norte americano, as escolas, os hospitais, a segurança pública, funcionam. E um detalhe importantíssimo: as ruas são limpas, não se vê lixo nem na periferia de Havana.


 


E a Revolução? Quem pensa que está ofegante se engana. O país inteiro vive a revolução. Os famosos CDRs – Comitê de Defesa da Revolução – estão espalhados aos milhares por todas as casas, inclusive nos templos católicos, presbiterianos, batistas, etc. Mas não seria uma imposição do sistema?
Pude averiguar, em rápidas abordagens com pessoas de diferentes condições sociais, que o povo cubano defende a Ilha. Quando se fala na Revolução, não tem vacilo nas respostas, são firmes, determinados, é Revolução sim.


 


Isso indica que o povo está satisfeito com a situação em que vive? Não. Estão conscientes das vantagens sociais, mas querem algo mais. Saúde e educação (em todos os níveis) são gratuitos. Há estudantes de todos os países principalmente latinos e centroamericanos estudando nas universidades públicas de Cuba sem nada pagar, só do Brasil são aproximadamente 400 no curso de medicina, mesmo não sendo reconhecido no Brasil, provavelmente um efeito do bloqueio americano. Cuba mantém equipes médicas prestando serviço de forma voluntária em quase todos os paises do continente americano. Isso é motivo de orgulho para o povo cubano.


 


Visitei uma escola de nível infanto-juvenil, um antigo bangalô da burguesia do açúcar adaptado, tudo limpo, organizado, cozinha, refeitório, almoço e lanche no final da tarde. Salas com cadeiras bem conservadas, e muito painel produzidos pela garotada com os símbolos da Revolução. Há muitas escolas, até antigos quartéis e prisões foram transformados em escolas. O transporte é subsidiado, 40 centavos de peso, algo em torno de 0,8 centavos de real, mas se o passageiro não tiver não fica a pé, vai sem pagar. Mas observei que raramente isso ocorre. Circulam por Havana desde os famosos “guágua” (semelhante ao nosso pau-de-arara) até ônibus modernos sanfonados comprados à China. Os combustíveis também são subsidiados, tem três tipos de gasolina, vai de R$ 0,80 a R$ 1,50 o litro.


 



Tudo isso não quer dizer que viver aqui é uma maravilha, é um modelo de Estado contraditório ao Capitalismo o qual procura asfixiar a economia da Ilha por meio do Bloqueio Econômico, obrigando-a a racionamentos sistemáticos até de alimentos. Pelo que vi, fico pensando como seria isso tudo sem esse vergonhoso bloqueio norte-americano.


 


Bem, estamos às vésperas do 1º de maio e aqui essa data tem um significado diferente, e como será comemorado o cinqüentenário da Revolução, espera-se um evento político-ideológico de impacto maior que os anteriores.


 


Vamos participar desse evento, é histórico para nós e para o mundo.


 


Da terra de Fidel,


 


28 de abril de 2008


 


Salud.