UFRJ debate crescimento dos campi com verbas do governo federal

Há 36 anos, a UFRJ utiliza um Plano Diretor promovido pelos militares na década de 1960. Com o passar dos anos, a universidade cresceu e suas demandas também. Por diferentes razões, entre elas a falta de investimento por parte dos governos anteriores, nen

No anteprojeto, a ser discutido em toda comunidade universitária, estão contidas as diretrizes gerais de organização e expansão das unidades da UFRJ. O documento foi elaborado com base em relatório produzido pelo grupo de trabalho constituído pelos professores Carlos Bernardo Vainer, Ivana Bentes, João Ferreira, Luiz Pinguelli Rosa, Pablo Benetti e Roberto Lent.



Nas diretrizes gerais do anteprojeto do Plano Diretor 2020, destacam-se três idéias principais: a integração interna da universidade, assim como sua integração externa com a cidade do Rio de Janeiro; a integração do patrimônio fundiário e edificado (incorporação ao patrimônio da UFRJ de todas edificações e benfeitorias, ao final do prazo de concessão ou permissões); e o horizonte de 2020 como limite às transformações a serem implementadas e a possibilidade de um planejamento em longo prazo, tendo em vista o desenvolvimento urbano da cidade do Rio de Janeiro, tais como a Copa Mundial de futebol em 2014 e a candidatura à sede dos Jogos Olímpicos em 2016. Entretanto, o anteprojeto precisa passar pela aprovação do Conselho Universitário.



De acordo com o prefeito da Cidade Universitária, Hélio de Mattos Alves, é necessário um novo instrumento que regule as intervenções espaciais na UFRJ, em conjunto com transformações acadêmicas que ocorreram nos últimos anos, em consonância com o grande projeto institucional em curso. “O Plano Diretor será fundamental para orientar o crescimento e o desenvolvimento da UFRJ nos próximos anos, orientando principalmente os destinos e o uso de nossos recursos em futuros espaços e instalações”, explica.



Mudanças



Nas diretrizes do anteprojeto estão previstas ações prioritárias para investimentos com recursos do orçamento 2007/2008. Entre elas, estão as obras e as reformas de espaços de sala de aula para os novos alunos do Centro de Tecnologia, do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, do Centro de Ciências da Saúde.



Obras que também fazem parte do planejamento de curto prazo são a definição do espaço para construção, melhoria e ampliação de unidades acadêmicas, órgãos suplementares e centros universitários, já localizados na Cidade Universitária, cujas instalações atuais se encontram incompletas, insuficientes ou em estado precário; definição das obras para construção de um prédio, em módulos, para abrigar inicialmente salas de aula para novos alunos do CCJE, do CFCH e do CLA, definir igualmente área e localização para instalar a biblioteca unificada de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, contígua ao prédio objeto dessa ação.



Outra proposta é a construção de novo alojamento estudantil, com capacidade para receber pelo menos 500 moradores, e de mais dois restaurantes universitários complementares ao principal.



A UFRJ planeja ainda definir os itens de investimento e contrapartida, a partir de 2008, para o campus de Macaé e na área de implantação da UFRJ em Xerém para complementar aos investimentos das Prefeituras de Macaé, de Duque de Caxias e do Inmetro.



O prefeito universitário afirma que a universidade vive um momento de intensa discussão sobre a missão e o destino de todo o sistema de ensino superior brasileiro. E o primeiro grande desafio a ser enfrentado, na opinião dele, é a aceleração do desenvolvimento científico e tecnológico e a maneira que a UFRJ deve se estruturar para responder a essa etapa do conhecimento no início do século XXI.



Já o segundo tem a ver com a expansão sem precedentes que a educação superior alcança em todo o mundo e, não somente, nos países do centro capitalista. “Espera-se que a UFRJ chegue ao seu centenário se reestruturando para os desafios do conhecimento, combatendo as vagas ociosas e a evasão com políticas de assistência estudantil e implementando o aumento de vagas para que mais camadas da população tenham acesso à excelência de seus cursos”, ressalta.



Benefícios



De acordo com o prefeito, as mudanças previstas nas diretrizes do Plano Diretor e no Plano de Reestruturação e Expansão (PRE/UFRJ) terão grande impacto na dinâmica do campus, em função do aumento de número de vagas através da criação de novos cursos e ampliação de vagas dos já existentes.



Na opinião dele, a ilha da Cidade Universitária (antiga Ilha do Fundão) terá, com o Plano Diretor, um instrumento político fundamental para a retomada do projeto original da implantação da UFRJ na ilha, que consiste não só na valorização do seu patrimônio, mas na aproximação das pessoas, eliminando as barreiras que caracterizam a atual estrutura fragmentada da UFRJ. “Essa aproximação de pessoas no campus e a eliminação de barreiras são fundamentais para o surgimento de uma verdadeira cultura universitária”, enfatiza.



Fonte: UFRJ