Jornalistas fazem manifestação no O Povo nesta quarta-feira

Na ponta do lápis, os donos de jornais oferecem um reajuste de R$ 2,30 por dia trabalhado, dinheiro insuficiente para comprar um milho cozido, um picolé (de milho) e uma pipoca. “Um reajuste desses, até o Sindjorce pode bancar”, brinca a presidente Déborah Lima. Ela informa que os três “produtos” serão oferecidos gratuitamente pelo sindicato aos manifestantes.

Apesar de lúdica, a manifestações dos jornalistas do Ceará é séria. Eles protestarão contra um reajuste de 6% oferecido pelos jornais O Povo e Diário do Nordeste. O percentual nem sequer recupera as perdas provocadas por uma inflação que chegou a 7,15%. “Assim como fizeram os colegas do Rio Grande do Norte (11,22%), Paraíba (10%) e Pernambuco (8%), vamos exigir um reajuste real (acima da inflação)”, afirma Déborah.

Reivindicação

Os jornalistas do Ceará reivindicam a unificação dos pisos salariais de jornais, revistas, rádios e TVs em R$ 1.360,42, reajuste de 13% (inflação mais 5% de ganho real) para salários acima do piso, além de vale-refeição (R$ 10,00), adicional por veiculação das matérias de impresso em outras mídias, campanha de sindicalização nas empresas e a criação de um fundo de formação profissional.

Além de não aceitar nenhuma das reivindicações, as empresas ainda querem reduzir os benefícios da cláusula da estabilidade na pré-aposentadoria. A cláusula impede as empresas de demitirem jornalistas que estiverem dentro do prazo de dois anos para a aquisição do direito à aposentadoria.

O recado está dado

“A manifestação será um recado para os donos das empresas. Se eles não entenderem, realizaremos novos atos para expor à sociedade que os jornais do Ceará, apesar de alcançarem lucros milionários em 2007 e defenderem em suas páginas a tal da ‘responsabilidade social’, na prática querem reduzir o poder de compra dos salários dos jornalistas”, concluiu a presidente do Sindjorce.

Fonte: Sindicato dos Jornalistas no Ceará