Júlio Romão completa 92 de uma brilhante trajetória
Filiado ao PCdoB-PI desde 2004, essa grande figura piauiense completa 92 anos de uma trajetória em que sonhar nunca foi demais.
Publicado 22/05/2009 09:28 | Editado 04/03/2020 17:02
No dia 22 de maio de 1917, nascia em Teresina, Júlio Romão da Silva. Com um sobrenome sem tradição, uma família pobre e morando em uma cidade pequena. Júlio cresceu na sociedade piauiense preconceituosa da época, onde negros tinham pouca ou nenhuma chance. Cansado de tantos pensamentos pequenos, resolveu sonhar alto, pensar grande e correr atrás do que queria. Em 1936, deixou a capital e foi para o Rio de Janeiro, fazendo metade do percurso de carona em um trem. Na metrópole, todos eram desconhecidos e tudo parecia perdido quando, sem dinheiro, Júlio Romão chegou a dormir com mendigos.
Embora as dificuldades não dessem trégua, Júlio não desistiu. De lavador de latrinas em um escritório de advocacia chegou à jornalista. Cursou Comunicação Social e fez cursos de pós-graduação. Lentamente e ainda acreditando, o piauiense chegou muito longe e conseguiu o espaço que merecia quando se tornou um influente jornalista, escritor e teatrólogo.
Membro da Academia Piauiense de Letras desde 1989, teve ( e ainda tem) grande história com a política. No Rio de Janeiro, assumiu a liderança do Movimento Municipalista Brasileiro e da Frente Igualitária Brasileira, na década de 40. Nos anos 50, retornou à Teresina, se candidatou e foi eleito para a Câmara Municipal. De acordo com ele, não assumiu por divergências políticas. Retornou então para o Rio e chegou a ser deputado estadual na primeira suplência. Assumiu o cargo, mas isso foi às vésperas do golpe militar de 64.
O autor de ''A Epopéia Brasileira'', ''Louvado seja Castro Alves'', ''Os Escravos'', ''Zumbo Zumbu'' dentre outras, teve a peça ''A mensagem do salmo'' incluída como leitura obrigatória do vestibular da Universidade Estadual do Piauí. Filiado ao PCdoB-PI desde 2004, essa grande figura piauiense completa 92 anos de uma trajetória em que sonhar nunca foi demais.