Revista da CTB sobre a mulher trabalhadora é lançada na Bahia
A inserção da mulher no mercado de trabalho, a luta pela igualdade salarial, a redução da jornada de trabalho, os cuidados com a proteção à saúde da mulher, o combate à discriminação e ao assédio moral e sexual foram temas destacados nos dis
Publicado 22/05/2009 12:03 | Editado 04/03/2020 16:20
A cerimônia lotou o auditório do Hotel Tropical da Bahia, no Campo Grande e, alheios à forte chuva que caia na capital baiana, os discursos foram acalorados sobre a participação feminina no mercado de trabalho e em todas as instâncias de representação e poder.
Na abertura, a secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-Bahia, Rosa Souza, organizadora do evento, destacou que a central sindical desde a sua fundação e, inclusive expressando em seu nome, busca contemplar a luta das mulheres trabalhadoras. “O direito ao emprego é uma necessidade, e é através da inserção no mercado de trabalho que a mulher vai diminuindo a distância com relação ao homem e ocupando espaços na sociedade”, destacou a secretária nacional de mulher da CTB, Abigail Pereira, que veio à Bahia para apresentar a primeira edição da revista.
E, apesar de dados recentes apontem um aumento no número de mulheres no mercado de trabalho, os salários ainda são, em média, 30% inferiores aos dos homens – mesmo quando ambos exercem a mesma função. Elas também ainda são a maioria quando se trata de cargos secundários, vulneráveis e de menor projeção social. “É preciso romper com essa estrutura arcaica, que impede a mulher de exercer a sua cidadania plena”, atentou Abigail.
A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Governo da Bahia (Setre) foi representada no evento por Karine Oliveira que saudou o lançamento da revista e informou aos presentes que a Setre ganhou o selo do Programa Pró-Equidade de Gênero do Governo Federal. A Setre é responsável pelas ações no estado da Agenda do Trabalho Decente que tem a equidade de gênero definida como eixo do Trabalho Decente pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A revista assume a função de trazer o debate à tona e ampliar as discussões sobre a mulher no mercado de trabalho. “É necessário que a mulher se imponha como grupo de pressão permanente”, conclamou a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) que, nesta semana, foi empossada líder da Bancada Feminina na Câmara e ergue a bandeira do feminismo emancipacionista. Alice Portugal destacou ainda que as mulheres são as mais vulneráreis diante da crise econômica por serem maioria no subemprego e em postos de trabalho com vínculos trabalhistas precários.
A necessidade do reconhecimento do papel da mulher e de sua contribuição para avanço da sociedade foi destacado como fundamental para a superação das desigualdades. “Não pode existir luta por um país democrático sem que se tenha consciência de que o país é formado por brasileiros e, mais ainda, por brasileiras, que representam mais da metade da população”, defendeu a secretária estadual de mulher do PCdoB, Julieta Palmeira. “Disso depende o avanço da democracia e a construção da caminhada socialista por um Brasil construído por homens e por mulheres”, enfatizou.
A mesa ainda fez menção honrosa à militante comunista Loreta Valadares; símbolo da luta de resistência à ditadura militar e ícone do movimento feminista. Após o encerramento, um coquetel no Sindicato dos Bancários brindou o lançamento da primeira publicação de gênero da CTB.
De Salvador,
Camila Jasmin