Gunatânamo suja imagem dos EUA, diz sesecrário de Defesa
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates reforçou o coro dos que defendem o fechamento da prisão de Guantânamo, em Cuba. Segundo ele, o governo de Barack Obama não tem outra opção a não ser fechar a polêmica prisão, que “mancha” a imagem pa
Publicado 22/05/2009 15:29
O centro de detenção americano situado em Cuba “é provavelmente uma das melhores prisões do mundo”, afirmou Gates, “mas mancha a imagem dos Estados Unidos e somente seu nome é uma condenação às práticas antiterroristas americanas”, afirmou ao canal NBC.
Gates afirmou que, uma vez adotada a decisão de fechar o local, a pergunta é “onde colocar” os detidos. Tanto democratas como republicanos se opõem a que os cerca de 240 detidos na unidade em Cuba sejam transferidos para solo americano.
Gates insistiu em que Obama não faria nada que ponha em perigo os cidadãos americanos e ressaltou que nunca alguém fugiu de uma prisão de segurança máxima nos EUA.
O chefe do Pentágono, mantido no cargo por Obama depois de ter servido no governo de George W. Bush, defendeu o desejo da Casa Branca de transferir certos detentos de Guantánamo para as prisões americanas, apesar da polêmica provocada por esta perspectiva.
“Temos muitos terroristas nas penitenciárias americanas hoje. Niguém conseguiu escapar das prisões 'supermax' (de segurança máxima), nas quais Obama pretende colocar vários detentos de Guantánamo”, explicou.
Os Estados Unidos mantêm há vários anos em Guantánamo centenas de prisioneiros da chamada 'guerra contra o terrorismo' de Bush, em sua maioria sem acusação, julgamento ou acesso a advogados. Além disso, vários grupos de defesa dos direitos humanos acusam agentes americanos de torturar os prisioneiros nos interrogatórios.
Discurso
Barack Obama discursou nesta quinta-feira sobre suas propostas para Guantánamo e, principalmente, para o destino de seus 240 prisioneiros. Ele pretendia acalmar os legisladores que temem que os suspeitos de terrorismo sejam libertados em solo americano.
Obama disse que centrará seus esforços na revisão dos processos judiciais de todos prisioneiros de Guantánamo. Segundo ele, os 240 suspeitos de terrorismo devem ter seus destinos escolhidos de acordo com cinco categorias.
Os prisioneiros de Guantánamo que violaram leis da Constituição americana serão julgados pelo sistema judiciário americano, em cortes federais. Obama rejeitou as críticas de que o sistema judiciário não é capaz de julgar suspeitos de terrorismo e lembrou do caso de Ramzi Yousef, condenado à prisão perpétua nos EUA pelo atentado de 1993 ao World Trade Center.
Aqueles que violaram as leis de guerra deverão ser julgados pelas comissões militares, que foram mantidas por Obama em uma medida duramente criticada pelas organizações de direitos humanos.
As comissões, contudo, terão novas diretrizes como a proibição do uso de confissões obtidas com métodos cruéis ou humilhantes, condenações com relatos de apenas uma fonte e maior liberdade para o prisioneiros escolherem sua equipe de defesa.
De acordo com ele, os prisioneiros que foram absolvidos pelas cortes serão libertados. A equipe de revisão da administração Obama aprovou até agora 50 transferências de prisioneiros que podem retornar de maneira segura a seus países de origem.
O governo dos EUA discute agora com os respectivos governos a transferências deles para “detenção e reabilitação”.
Obama evitou, contudo, solução para o tema mais delicado envolvendo Guantánamo: os prisioneiros que não podem ser julgados, pois não há comprovação de participação em crimes, mas ainda assim, supostamente, impõe risco claro ao povo americano.
Para eles, os EUA usaram todos os recursos da lei em busca de um modo de levá-los à Justiça. Caso não seja possível, o governo trabalhará ao lado do Congresso para criar “um regime legal apropriado” para que o assunto seja resolvido.
Com agências