Shakespeare: o sindicalismo, o verde da vida e o dos cifrões
A pauta das entidades sindicais é sempre extensa e ganha fôlego extra em tempos de crise internacional, onde é preciso que dirigentes e militantes se desdobrem em mil para fazer frente às pressões empresariais, que buscam construir o atalho para o lucr
Publicado 22/05/2009 20:55
Quando o que está em jogo é a própria sobrevivência do trabalhador, o meio ambiente do mundo do trabalho muitas vezes acaba sendo secundarizado na ação sindical, daí a importância desta reflexão.
Afinal, é neste momento em que as grandes empresas se aproveitam para potencializar a sua exploração, agravando a precarização, não dando a mínima para a insalubridade e até mesmo para a periculosidade em determinados locais de trabalho.
Nossos passos dialogam com a luta dos companheiros eletricitários e operários da construção civil que, vitimados por uma epidemia de lesões, mutilações e mortes, pressionam pelo reconhecimento ao direito à aposentadoria especial; caminham ao lado dos agricultores familiares e trabalhadores rurais em sua luta contra a contaminação das lavouras pelos transgênicos da Monsanto e a criminosa substituição das matas e campos pelo deserto verde de eucaliptos; têm como Norte a busca incessante pela justiça numa terra em que as transnacionais, os latifundiários e o capital financeiro tentam plantar a impunidade.
Somando consciência e experiência nesta batalha, convocamos a militância à luta pela construção de um ambiente seguro e saudável, para que o verde da vida fale mais alto que o dos cifrões.
* Shakespeare Martins é coordenador da Comissão Nacional do Meio Ambiente da CUT .